Ele (Cristo) é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Colossenses 1:18
Saudações desde Kigali, Ruanda, onde a quarta Conferência Global do Futuro Anglicano (Global Anglican Future Conference – GAFCON) aconteceu entre os dias 17 a 21 de abril de 2023, reunindo 1.302 delegados de 52 países, incluindo 315 bispos, 456 outros clérigos e 531 leigos.
Ficamos gratos pela extraordinária hospitalidade oferecida pelo Arcebispo Laurent Mbanda e pela Igreja Anglicana de Ruanda. Ficamos profundamente tristes ao ouvir a notícia da perda do filho de Laurent e Chantal, Edwin, e continuamos a oferecer nossas orações de conforto para a família Mbanda.
Também tivemos o privilégio de sermos recebidos e dirigidos pelo Primeiro Ministro da República de Ruanda, o Honorável Edouard Ngirente, que falou sobre a importância do nosso encontro.
O tema da nossa conferência para 2023 ‘Para quem iremos nós?’ (João 6:68), juntamente com nossos estudos bíblicos na Carta aos Colossenses, concentrou nossa atenção em Jesus, aquele em quem habita corporalmente toda a plenitude de Deus, o Senhor de toda a criação e a cabeça de seu corpo, a Igreja (Colossenses 1:15-19; 2:9).
Nosso presidente em seu discurso de abertura nos incentivou a sermos uma igreja que se arrepende, uma igreja reconciliadora, uma igreja que se multiplica e uma igreja persistentemente compassiva. Esta é a igreja que queremos ser.
Fomos lembrados de que o propósito e a missão da igreja é dar a conhecer a um mundo perdido as gloriosas riquezas do evangelho, proclamando Cristo crucificado e ressuscitado, e vivendo fielmente juntos como seus discípulos.
Nossa Comunhão Mútua
Demos graças pela bondade e pela fidelidade de Deus ao movimento Gafcon desde o seu início em 2008, enquanto nos regozijávamos com uma nova geração de líderes emergentes. É Deus quem nos une a si mesmo e uns aos outros no poder do seu Espírito (1 Coríntios 12:13). Em meio a diversidade de nossas diferentes origens e culturas, nos deleitamos em nossa unidade em Cristo e no amor que compartilhamos.
Muitos de nós vimos de contextos de perseguição ou conflito e sabemos que quando uma parte do corpo sofre, todos sofrem. Por esta razão, alguns não puderam comparecer à conferência. Oramos por nossos irmãos e irmãs no Sudão e pela igreja perseguida. Também ouvimos testemunhos do poder do evangelho para transformar vidas, mesmo nessas circunstâncias, por meio da oração, bondade e compaixão dos cristãos.
A autoridade da palavra de Deus
As atuais divisões na Comunhão Anglicana têm sido causadas por afastamentos radicais do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Alguns dentro da Comunhão foram levados cativos por filosofias vazias e enganosas deste mundo (Colossenses 2:8). Tal falha em ouvir e atender à Palavra de Deus prejudica a missão da igreja como um todo.
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, soprada por Deus, como foi registrado por seus fiéis mensageiros (2 Timóteo 3:16). Ela carrega a própria autoridade de Deus, é sua própria intérprete e não precisa ser complementada, nem pode jamais ser anulada pela sabedoria humana.
A boa Palavra de Deus é a regra de nossas vidas como discípulos de Jesus e é a autoridade final na igreja.
Ela fundamenta, vivifica e dirige a nossa missão no mundo. A comunhão que desfrutamos com nosso Senhor ressuscitado e ascendido é nutrida à medida que confiamos na Palavra de Deus, obedecemos a ela e nos encorajamos mutuamente a permitir que ela molde cada área de nossas vidas.
Esta comunhão é quebrada quando nos desviamos da Palavra de Deus ou tentamos reinterpretá-la de qualquer forma que subverta a leitura simples do texto em seu contexto canônico e, assim, negamos sua veracidade, clareza, suficiência e, portanto, sua autoridade (Declaração de Jerusalém #2).
A Crise Atual na Comunhão Anglicana
Apesar de 25 anos de advertências persistentes por parte da maioria dos primazes anglicanos, repetidos afastamentos da autoridade da Palavra de Deus rasgaram o tecido da Comunhão. Esses avisos foram flagrantemente e deliberadamente desconsiderados e agora, sem arrependimento, este rasgo não pode ser restaurado.
O mais recente desses afastamentos é o voto majoritário no Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, em fevereiro de 2023, acolhendo as propostas dos bispos para permitir que casais do mesmo sexo recebam a bênção de Deus. Entristece o Espírito Santo e a nós que a liderança da Igreja da Inglaterra esteja determinada a abençoar o pecado.
Visto que o Senhor não abençoa as uniões entre pessoas do mesmo sexo, é pastoralmente enganoso e blasfemo elaborar orações que invoquem bênçãos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Qualquer recusa em seguir o ensino bíblico de que o único contexto apropriado para a atividade sexual é a união vitalícia exclusiva de um homem e uma mulher em casamento, viola a ordem criada (Gênesis 2:24; Mateus 19:4–6) e põe em risco a salvação (1 Coríntios 6:9).
As declarações públicas do Arcebispo de Cantuária e de outros líderes da Igreja da Inglaterra em apoio às bênçãos para união de pessoas do mesmo sexo, são uma traição aos seus votos de ordenação e sagração para banir o erro e manter e defender a verdade ensinada nas Escrituras.
Estas declarações são também um repúdio à Resolução I.10 da Conferência Lambeth de 1998, que declara que “a prática homossexual é incompatível com as Escrituras” e desaconselha a “legitimação ou a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo”. Isto ocorreu apesar do Arcebispo de Cantuária ter afirmado que “a validade da resolução aprovada na Conferência de Lambeth de 1998, I.10, não é questionada e que toda a resolução ainda está em vigor”.
A Conferência de Lambeth de 2022 demonstrou as profundas divisões na Comunhão Anglicana, já que muitos bispos optaram por não comparecer e, alguns dos que compareceram, se retiraram da partilha na mesa do Senhor.
O fracasso do Arcebispo de Cantuária e dos outros Instrumentos de Comunhão
Não temos confiança de que nem o Arcebispo de Cantuária nem os outros Instrumentos de Comunhão por ele liderados (a Conferência de Lambeth, o Conselho Consultivo Anglicano e as Reuniões dos Primazes) sejam capazes de proporcionar um caminho divino que seja aceitável para aqueles que estão comprometidos com a veracidade, clareza, suficiência e autoridade das Escrituras. Os Instrumentos da Comunhão não conseguiram manter a verdadeira comunhão baseada na Palavra de Deus e a fé compartilhada em Cristo.
Todos os quatro instrumentos propõem que a direção para a Comunhão Anglicana é aprender a caminhar juntos em “boa discordância”. Entretanto, rejeitamos a afirmação de que duas posições contraditórias podem ser igualmente válidas em assuntos que afetam a salvação. Não podemos “caminhar juntos” em boa discordância com aqueles que deliberadamente escolheram afastar-se da ” fé uma vez por todas confiada aos santos.” (Judas 3). O povo de Deus “anda em seus caminhos”, “anda na verdade” e “anda na luz”, tudo isso exige que não andemos em comunhão cristã com os que estão nas trevas (Deuteronômio 8:6; 2 João 4; 1 João 1:7).
Sucessivos Arcebispos de Cantuária não conseguiram guardar a fé ao convidar para Lambeth bispos que abraçaram ou promoveram práticas contrárias às Escrituras. Este fracasso da disciplina da Igreja foi agravado pelo atual Arcebispo de Cantuária que, por sua vez, acolheu favoravelmente a provisão de recursos litúrgicos para abençoar estas práticas contrárias às Escrituras. Isto torna seu papel de liderança na Comunhão Anglicana totalmente indefensável.
Chamado ao Arrependimento
O arrependimento define e molda a vida cristã e a vida da igreja. A cada dia na Conferência, em resposta à Palavra de Deus na carta aos Colossenses, fomos direcionados a um tempo de arrependimento.
Reconhecendo nossos próprios pecados e humildemente como pecadores perdoados, oramos para que aqueles que negaram a fé cristã ortodoxa em palavras ou atos se arrependam e retornem ao Senhor (Declaração de Jerusalém #13).
Uma vez que aqueles que ensinam serão julgados com mais rigor (Tiago 3:1), convocamos as províncias, dioceses e líderes que se afastaram da ortodoxia bíblica a se arrependerem de sua falha em defender os ensinamentos da Bíblia. Isto inclui assuntos como a sexualidade humana e o casamento, a singularidade e divindade de Cristo, sua ressurreição corporal, seu retorno prometido, o chamado à fé e ao arrependimento e o julgamento final.
Ansiamos por este arrependimento, mas, até que isto aconteça, nossa comunhão com eles permanecerá rompida.
Consideramos que aqueles que se recusam a se arrepender, abdicaram de seu direito à liderança dentro da Comunhão Anglicana, e nos comprometemos a trabalhar com os primazes ortodoxos e outros líderes para restabelecer a Comunhão em seus fundamentos bíblicos.
Apoio aos Anglicanos Fiéis
Desde o início do Gafcon, tem sido necessário que os Primazes do Gafcon reconheçam novas jurisdições ortodoxas para os anglicanos fiéis, como a Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA), a Igreja Anglicana no Brasil, a Rede Anglicana na Europa (ANiE), a Igreja de Confissão dos Anglicanos Aotearoa Nova Zelândia e a Diocese da Cruz do Sul. Encorajamos os Primazes do Gafcon a continuar a oferecer esse porto seguro para os anglicanos fiéis.
Em vista da crise atual, reiteramos nosso apoio àqueles que não podem permanecer na Igreja da Inglaterra por causa da falha de sua liderança. Regozijamo-nos com o crescimento da ANiE e de outras redes alinhadas com o Gafcon.
Também continuamos a nos apoiar e a orar pelos anglicanos fiéis que permanecem dentro da Igreja da Inglaterra. Apoiamos seus esforços para manter a ortodoxia bíblica e para resistir às violações da Resolução I.10.
Cuidado Pastoral Apropriado
Conscientes de nosso próprio pecado e fragilidade, nos comprometemos a proporcionar um cuidado pastoral adequado a todas as pessoas em nossas igrejas. Isto é ainda mais necessário no atual contexto de confusão sexual e de gênero, agravado por sua promoção deliberada e sistemática em todo o mundo.
O cuidado pastoral apropriado afirma fidelidade no casamento e abstinência na vida de solteiro. Não é um cuidado pastoral apropriado enganar as pessoas, fingindo que Deus abençoa os relacionamentos sexualmente ativos entre duas pessoas do mesmo sexo. Isto é pouco amoroso, pois os leva ao erro e coloca um obstáculo no caminho de sua herança do Reino de Deus (1 Coríntios 6:9-11).
Afirmamos que cada pessoa é amada por Deus e estamos determinados a amar como Deus ama. Como afirma a Resolução I.10, nos opomos à difamação e à calúnia de qualquer pessoa, inclusive daquelas que não seguem os caminhos de Deus, já que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus.
Somos gratos a Deus por todos aqueles que procuram viver uma vida de fidelidade à Palavra de Deus em face de todas as formas de tentação sexual.
Comprometemo-nos a apoiar e cuidar uns dos outros de uma forma amorosa e pastoralmente sensível, como membros do corpo de Cristo, edificando uns aos outros na Palavra e no Espírito, e encorajando uns aos outros a experimentar o poder transformador de Deus enquanto caminhamos pela fé no caminho do arrependimento e da obediência que leva à plenitude da vida.
Redefinindo a Comunhão
Ficamos maravilhados em receber em Kigali os líderes da Fraternidade das Igrejas Anglicanas do Sul Global (Global South Fellowship of Anglican Churches – GSFA) e de termos tido uma reunião conjunta entre os primazes Gafcon-GSFA. Juntos, esses primazes representam a esmagadora maioria (estimada em 85%) dos anglicanos em todo o mundo.
A liderança de ambos os grupos afirmou e celebrou seus papéis complementares na Comunhão Anglicana. Gafcon é um movimento focado em evangelismo e missão, plantação de igrejas e apoio bem como é um lar para anglicanos fiéis que são pressionados ou isoladas por dioceses e províncias revisionistas. O GSFA, por outro lado, está focado em estabelecer estruturas baseadas na doutrina dentro da Comunhão.
Nos alegramos com o compromisso em unidade de ambos os grupos sobre três fundamentos: o senhorio de Jesus Cristo; a autoridade e clareza da Palavra de Deus; e a prioridade da missão da igreja para o mundo. Reconhecemos sua concordância de que a “comunhão” entre igrejas e cristãos deve ser baseada na doutrina (Declaração de Jerusalém #13; Pacto GSFA 2.1.6). A identidade anglicana é definida por isto e não pelo reconhecimento da Sé de Cantuária.
Ambos os Primazes do GSFA e do Gafcon compartilham a opinião de que, devido aos desvios da ortodoxia articulada acima, eles não podem mais reconhecer o Arcebispo de Cantuária como um Instrumento de Comunhão, nem como o “primeiro entre iguais” dos Primazes. A Igreja da Inglaterra optou por prejudicar sua relação com as províncias ortodoxas da Comunhão.
Nós aplaudimos a Declaração da Quarta-feira de Cinzas do GSFA em 20 de fevereiro de 2023, pedindo um restabelecimento e a reordenação da Comunhão. Parabenizamos o convite dos Primazes do GSFA para colaborar com o Gafcon e com os outros agrupamentos anglicanos ortodoxos, para trabalhar juntos a forma e a natureza de nossa vida comum e como devemos manter a prioridade de proclamar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações.
Redefinir a Comunhão é um assunto urgente. Ela precisa de uma base adequada e robusta que aborde as complexidades legais e constitucionais das diversas Províncias. O objetivo é que os anglicanos ortodoxos no mundo todo tenham uma identidade clara, um “lar espiritual” global do qual possam se orgulhar, e uma forte estrutura de liderança que lhes dê estabilidade e direção como anglicanos globais. Portanto, nos comprometemos a orar para que Deus guie este processo de redefinição e que o Gafcon e o GSFA se mantenham em sintonia com o Espírito.
Nosso Futuro Juntos
Ao considerarmos o futuro de nosso movimento, acolhemos as sete prioridades a seguir, articuladas pelo Secretário Geral e endossadas pelos primazes do Gafcon.
Nós vamos nos envolver em uma década de discipulado, evangelismo e missão (2023-2033).
Vamos nos dedicar a levantar a próxima geração de líderes no Gafcon por meio da educação teológica baseada na Bíblia que os equipará para serem centrados em Cristo e com um coração de servo.
Vamos priorizar o ministério de jovens e crianças que os instrui na Palavra do Senhor, os discipula até a maturidade em Cristo e os prepara para uma vida inteira de serviço cristão.
Afirmaremos e incentivaremos os ministérios vitais e diversos, incluindo os papéis de liderança, do ministério das Mulheres no Gafcon, agindo na família, igreja e sociedade, tanto como indivíduos quanto como grupos.
Demonstraremos a compaixão de Cristo através dos muitos ministérios de misericórdia do Gafcon.
Nós vamos financiar e apoiar o programa de treinamento de bispos, que produz líderes fiéis, corajosos e servos.
Construiremos os laços de comunhão e edificação mútua através de visitas interprovinciais dos nossos primazes.
Ao sair de nossa conferência, encorajamos o Conselho de Primazes a priorizar também o discipulado para meninos e homens.
A fim de perseguir estas prioridades e de fazer crescer o trabalho do movimento Gafcon, endossamos o estabelecimento de uma fundação para doação. Também encorajamos as províncias Gafcon a se tornarem financeiramente auto-suficientes, não apenas para avançar a missão, mas também para evitar serem vulneráveis à manipulação econômica.
O mais importante de tudo, nós nos comprometemos novamente com a missão evangélica de proclamar o Cristo crucificado, ressuscitado e ascendido, convidando todos a reconhecê-lo como Senhor no arrependimento e na fé, e vivendo uma obediência alegre e fiel a sua Palavra em todas as áreas de nossas vidas. Exploraremos novas maneiras de encorajar uns aos outros, de orar uns pelos outros e de nos responsabilizarmos uns pelos outros nestes pontos.
Nós nos entregamos nas mãos do nosso todo-poderoso e amoroso Pai celestial com a confiança de que ele cumprirá todas as suas promessas e, mesmo através de um tempo de poda, Cristo edificará a sua igreja.
‘Para onde iremos nós?’ Vamos a Cristo, o único que tem as palavras da vida eterna (João 6:68) e, então, vamos com Cristo para o mundo inteiro. Amém.
Pregue a palavra; estar preparado na estação e fora de época; corrija, repreenda e encoraje — com grande paciência e cuidadosa instrução. Pois virá o tempo em que as pessoas não suportarão a sã doutrina. Em vez disso, para atender aos seus próprios desejos, eles reunirão em torno deles um grande número de professores para dizer o que seus ouvidos coçando querem ouvir 2 Tm 4:2-5
A DECLARAÇÃO DA IGREJA ANGLICANA NO BRASIL
Após a divulgação na mídia nacional e internacional sobre a decisão do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra de “abençoar” as uniões do mesmo sexo, a Igreja Anglicana no Brasil se une às conclusões da GSFA (Global South Fellowship of Anglican Churches e da GAFCON (Global Anglican Future Conference) e entende a necessidade de fazer os seguintes esclarecimentos.
A Comunhão Anglicana compreende mais de 40 províncias autônomas, que são igrejas nacionais e, em alguns casos, multinacionais, envolvendo mais de um país. Seus cânones os governam. E espera-se que vivam em unidade com as outras Províncias da Comunhão.
Os anglicanos na Inglaterra formam “A Igreja da Inglaterra”, e é uma dessas mais de 40 províncias.
A decisão tomada pela Igreja da Inglaterra em seu sínodo nacional esta semana não afeta as outras igrejas da Comunhão Anglicana e se aplica apenas a essa igreja.
A Igreja Anglicana no Brasil faz parte de anglicanos em todo o mundo que permanecem fiéis às Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento e seguem as resoluções estabelecidas por sua maioria na Conferência de Lambeth em 1998, especialmente a relativa à sexualidade humana (resolução 1:10)
A Igreja Anglicana no Brasil faz parte da GAFCON (Conferência Global para o Futuro do Anglicanismo), signatária da “Declaração de Jerusalém” e membro da Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA), que reúne mais de 70 milhões de anglicanos em todo o mundo que permanecem fiéis à Bíblia como a Palavra de Deus.
A Igreja Anglicana no Brasil refuta o revisionismo bíblico que vem “rasgando” o frágil tecido da unidade da igreja.
Como cristãos, amamos todos os seres humanos, vendo-os como criação de Deus e, como tal, em constante necessidade do amor e do perdão de Deus; de nós mesmos, também podemos identificar o pecado em nossas vidas.
A união entre um homem e uma mulher é como biblicamente entendemos o casamento, por isso o defendemos e praticamos. (Gênesis 2:24)
Nós nos voltamos contra a violência contra qualquer ser humano, apesar de sua identidade sexual, e reconhecemos a necessidade de cuidado pastoral para aqueles em conflito.
Estamos ansiosos para o GAFCON IV em abril, quando, juntamente com milhares de anglicanos, oraremos, refletiremos e decidiremos os próximos passos a serem dados sobre o assunto.
DECISÃO DO ACiB
Em reflexão e oração, o Conselho Executivo da Igreja Anglicana no Brasil decidiu: Declarar Quebra de comunhão com Dioceses, igrejas, instituições e líderes da Comunhão Anglicana que apoiam as resoluções do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra de 2023 sobre bênçãos do mesmo sexo. Também acreditamos ansiosamente que muitos anglicanos na Inglaterra mantêm a fé ortodoxa e estão sob ameaça, por isso oferecemos nossas orações e apoio de qualquer maneira possível.
Aos Cristãos da Nação Brasileira, especialmente à família Anglicana no Brasil
Recife, 05 de outubro de 2022
Nós, bispos do Colégio Episcopal da igreja Anglicana no Brasil, chegamos até vocês para cumprir com o nosso ministério pastoral e profético de anunciar o Reino de Deus, denunciar toda injustiça e tudo aquilo que se levante contra os valores deste Reino. Para tal nesse período eleitoral e decisivo da nossa nação, recomendamos que:
Nenhuma de nossas igrejas devem ser usadas como tribuna para candidatos de qualquer partido
Nossos clérigos não devem se envolver em campanhas de qualquer candidato
Oremos, porque nossa nação precisa de nossos joelhos (1 Tm 2:1-2)
Exerçamos nossa cidadania – Todo(a) brasileiro(a) devidamente habilitado(a) pode e deve exercer o direito de escolher um candidato. Recomendamos que não se abstenham, não se isentem, não sejamos omissos em um momento tão crítico da nação. (Mt 5:13-16)
Atentemos para a importância da eleição- Além do presidente, 12 Estados ainda estarão escolhendo seus mandatários e nossa participação continua sendo fundamental. ( 1 Ts 5:21)
Tenhamos serenidade diante de todo tumulto. A campanha eleitoral está acirrada. A serenidade é necessária diante de tanta confusão estabelecida nessa disputa. Recomendamos pensar e não se deixar manipular pelos discursos e promessas que são as mesmas a cada quatro anos. ( 2 Tm 2:23-24)
Entendamos que obrigação não é proposta- Os candidatos a cada eleição afirmam com altivez que defenderão especialmente os pobres com os recursos para EDUCACÃO-SAÚDE-COMBATE A VIOLENCIA- SEGURANÇA. Lembrem que essas são parte das obrigações constitucionais do Estado e não benefícios que eles trarão. Eles são OBRIGADOS a fazer isso. Candidatos e seus apoiadores colocam esses temas como sendo uma grande proposta pessoal deles e não obrigação do Estado e de sua função de parlamentar. (Pv 14:31)
Não nos deixemos manipular, observemos se há coerência. Sugerimos fazer uma pesquisa sobre o candidato e seus apoiadores, quem eles são, se há coerência em suas alianças e propostas. (Mt 5:37)
Priorizemos princípios e valores. Os valores Judaico-cristãos são a base da sociedade ocidental. Você como cristão(ã) deve lutar para preservá-los. Os legisladores estão entrando nos nossos lares e contra o direito da família, tem tentado educar nossos filhos através da criação de leis e estratégias dentro do sistema educativo. Não sejamos ingênuos, o mal não se apresenta raivoso, mas sonso. O que pensa o seu Candidato ou seus apoiadores a esse respeito? Abaixo alguns desdobramentos dos Princípios e valores que são inegociáveis e defendemos como cristãos (Pv 22:6)
Valores da família- A cristandade crê na família como a união de um homem e uma mulher com o proposito de ser feliz, de procriar e encher a terra da graça de Deus. Rejeitamos veementemente o que tem se chamado de “ideologia de gênero” abusando emocionalmente nossas crianças. A criação de uma criança sem a presença masculina e a feminina traz malefícios comprovados cientificamente há muito. O que defendem os seus candidatos e seus apoiadores a esse respeito? (Js 24:15)
Valores éticos – A honestidade e a integridade são valores inegociáveis. Os candidatos devem ter seus nomes limpos e nunca terem atentado contra o erário publico, que drena as riquezas da nação. Recentemente vimos o nosso país ser alvo do maior escândalo de corrupção de nossa história e talvez do mundo. A corrupção não tem partido ou ideologia, ela é um mal do desvio dos propósitos de Deus. Como se comporta seu candidato a esse respeito? (Jó 15:16)
Valores da vida – Como cristãos defendemos a vida e somos contra a interrupção da gravidez em qualquer fase dela, desde a fecundação. Entendemos o aborto como o assassinato de um não nascido indefeso. Não se pode argumentar que “mulheres estão morrendo por abortos ilegais “e escolher matar outro ser indefeso para salvá-la. Ambos devem ter direito a vida. O que seus candidatos e seus apoiadores pensam sobre isso? (Ex 20:13;Dt 5:17)
Valores da justiça– Justiça na compreensão do evangelho é “fazer a coisa certa”, o cristianismo defende a igualdade de oportunidade para todos e o cuidado com os mais desprovidos e marginalizados da sociedade. Rejeitamos as sociofobias seja homo, hétero ou de qualquer tipo. Todos devem ser iguais perante a lei e todos devem ter deveres e direitos. (Jó 8:3)
Ideologização do gênero humano – Entendemos que Deus criou homem e mulher para se completarem, crescerem e multiplicarem. O que vá além disso é opção pessoal de cada um e devem ser respeitados os que creem e os que fazem suas opções. (Gn 1:27)
Valores espirituais – Sim entendemos ser importante avaliar a espiritualidade de seu candidato. O Estado é laico para não promover uma confissão, mas a nação é livre para viver de acordo coma sua espiritualidade. Nosso Deus é Jesus Cristo, rejeited optar por candidatos que se opõem a fé cristã. (Ex 20:3)
Defendamos a livre iniciativa e o direito à propriedade – O Estado tem suas obrigações e a iniciativa privada deve ter sua liberdade. Defendemos a economia de mercado e entendemos que o Congresso Nacional e a Presidência da República tem o dever de promover uma economia equilibrada, fortalecer o acesso ao crédito, valorizar as riquezas nacionais, diminuir o tamanho do Estado para que haja geração de empregos que trará́ uma sociedade mais justa e, preservar o direito à propriedade combatendo as invasões delas. Nossa herança protestante dá valor a iniciativa privada com ética e honestidade e justiça. (Ex 20:17)
Lembremo-nos dos mais necessitados – Com seu voto, você tem a oportunidade para defender quem é mais vulnerável na sociedade. De acordo com a Bíblia, os governantes têm o dever de proteger os mais necessitados. Enquanto você analisa as políticas de cada candidato, não pense somente em você. Pense também em quem precisa de ajuda.( Pv 312:8-9)
Entendamos que não há candidatos “ungidos” – A política é uma atividade nobre e deve ser exercida para o povo e em benefício dele. A Igreja não deve ser “cabo eleitoral”. A lei proíbe o uso da estrutura das religiões e da fé como plataforma de lançamento de candidatos. Estamos elegendo pessoas para fazer o bem da nação e não da “minha religião”. Qual a prática de seu candidato e de seus apoiadores a esse respeito? (1 Samuel 15:26)
Denunciemos toda forma de corrupção. Ela destrói as bases produtivas e a economia da nação, drenando seus recursos e evitando que eles sejam utilizados em prol das obrigações inerentes ao Estado. Seu candidato ou seus apoiadores estão ou estiveram envolvidos em corrupção? (Ex 20:15)
Defendamos o Estado Laico, mas não ateu- O Estado laico defende a liberdade religiosa e não prioriza nenhuma delas. Temos visto uma tentativa de se criar um Estado “Cristianofóbico”. Qual a postura de seu candidato e de seus apoiadores quanto a isso? (T 5:10-12)
Rejeitemos a legalização do consumo de drogas- Entendemos que o que gera o tráfico de drogas são os consumidores. Muitos deles são vítimas outros são protagonistas e, conscientes ou não, se tornam os associados indiretos dos traficantes, sem consumidores não haverá́ tráfico. As drogas têm sido a causa de muitos dos maiores males que vive a sociedade mundial. Como Igreja temos lutado com nossas forcas com ou sem apoio do Estado na criação de redes de apoio e casas de recuperação de usuários de drogas. Entendemos que a educação e uma família equilibrada são o maior antidoto contra o uso de drogas. Essa tem sido a missão da Igreja. O que seu candidato e seus apoiadores pensam sobre isso? (1 Pe 5:8)
Escolhamos candidatos- Existem candidatos e partidos que podem ser identificados dentro dessas recomendações. A escolha será́ sempre de cada um de nós, e as consequências da mesma forma, sempre serão sofridas por cada um de nós.
Essa é a nossa posição como Igreja de Jesus Cristo, que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós.
Revmo. ++ Miguel Uchoa Cavalcanti
Bispo Diocesano de Recife e Primaz do Brasil
Revmo. + Marcio Meira
Bispo Diocesano de João Pessoa PB
Revmo. + Marcio Simões
Bispo Diocesano de Vitória PE
Revmo. + Evilásio Tenório
Bispo Auxiliar de Recife
Revmo. + Flavio Adair
Bispo Auxiliar de Recife Norte
“Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores para privar os pobres dos seus direitos e da justiça” (Isaías 10, 1)
Tenho acompanhado um “debate”, se assim posso chamar, em torno de liturgias, adoração, ordem de culto, músicas, hinos, instrumentos e parece sem fim tudo isso. Sou do tempo em que o violão começou a ser introduzido no templo, pois até então, apenas era autorizado nas reuniões da “Mocidade”. Bateria, essa misericórdia, demorou ainda muito mais.
Hoje, na realidade, percebo uma verdadeira “batalha” onde o fogo amigo se espalha e atinge a muitos com seus estilhaços da ausência de bom senso e o desejo de prevalecer. Isso deve ser visto como triste e lamentável. Nenhum reformador desejou isso, nenhum grande líder almejou prevalecer para que o outro irmão “perdesse”. Tenho tido o privilégio de andar pelo mundo e continentes e ver o quanto essa discussão é ineficaz.
Certa vez assisti a um culto na internet em que, se eu fechasse os olhos, voltaria ao século passado, lembrando que eu, sou do século passado! As mesmas músicas, a mesma forma de culto e liturgia que eu, mesmo sendo daquele século, não me encaixo mais. No entanto, outros se encaixam e adoram verdadeiramente a Deus daquela maneira. Mas qual o problema então Bispo? O problema é o desejo incontido de prevalecer e afirmar aquilo como “A” forma de adoração verdadeira.
Há um livro de D.A. Carson e Tim Keller chamado “Louvor” publicado pela Thomas Nelson, e um capítulo foi escrito por um anglicano, Mark Ashton onde ele tenta repensar o que Tomas Cranmer pretendia quando ele construiu o Livro de Oração Comum da Igreja Anglicana. Ele diz isso.
“nunca foi o desejo de Tomas Cranmer congelar a liturgia anglicana por séculos para acabar perdendo sua relevância cultural e reapresentar a obscuridade da igreja, aspecto que ele trabalhou duro para remover” [1]
Deveríamos enxergar isso com os corações mais abertos, com maior flexibilidade, maior humildade e, menos espírito de julgamento. Tenho acompanhado a trajetória da adoração na igreja há algumas décadas e me entristece observar o juízo feito facilmente pelos que se consideram “históricos” contra os que eles consideram modernos (Worship) é o codinome dado e, vice-versa. Conheço adoração histórica vazia, repetitiva e sem espírito da presença e ao mesmo tempo observo ambientes do chamado show gospel das “Church” cheios de Deus e, vice-versa também.
Apresento aqui 5 aspectos que não podem faltar em nenhuma celebração, não espero sua concordância, mas espero seu bom senso, vamos lá?
ORAÇÃO
Existem celebrações quase completamente desprovidas de oração. A única oração em todo o serviço as vezes é depois do ofertório ou quando pregador termina o sermão. Não há orações de confissão, de intercessão, de ação de graças. Este é um padrão que temos visto crescer. A oração nos cultos se tornando rara e mínima em vez de comum e intensa. Me lembro de uma igreja que visitava na minha juventude por ter amigos ali. Havia oração no começo do culto é verdade. O pastor ou dirigente dizia “Vamos iniciar o culto com a oração do irmão “Fulano”. Confesso que morria de medo de que ele me chamasse um dia.
Sou anglicano e a liturgia anglicana não dispensa os momentos de oração no culto e a intercessão é parte intensa de nossa liturgia. Nossas intercessões vão desde o mundo, as nações, as missões o país, os governantes, presidente, governador, prefeito e autoridades e fazemos isso nominalmente, independentemente de quem sejam. Seguimos orando pelos enfermos, pela igreja, liderança e “descemos para a igreja local e seus líderes. Essa oração pode ser sim apenas um rito e se tornar algo enfadonho e protocolar. Nas nossas igrejas não permitimos isso e, clamamos com toda congregação, por cada um dos motivos
Um culto sem oração é um címbalo que retine
2. LEITURA DAS ESCRITURAS
Outro elemento que está se rareando nas celebrações é a leitura das escrituras. Houve um tempo em que a leitura da Bíblia nos cultos era dividida em 4 porções. Leitura do AT, dos salmos, das epístolas e do evangelho. Isso teve seu sentido no passado onde as pessoas sequer tinham acesso a bíblia.
Na época, foram impressas 3.000 cópias – considerada uma grande tiragem para o período. Cada exemplar custava entre meio gulden e 1,5 guldens, a moeda do sul da Alemanha. Era uma bela soma em dinheiro, mas bem mais barata do que as versões anteriores do Livro Sagrado. “Antes de Lutero, você tinha que pagar o equivalente, hoje em dia, a um Mercedes Classe S por uma Bíblia impressa. No século 16, uma Bíblia de Lutero era vendida pelo mesmo preço que uma geladeira hoje em dia”, compara o teólogo Hartmut Hövelmann…[2]
Nos cultos se lia as lições do lecionário para que a Bíblia fosse exposta ao povo que também era em sua maioria analfabeto. Não vejo problema em se fazer essa leitura, desde que a mensagem do dia esteja nelas, para que todos possam refletir e não apenas ler. Mas o salto das 4 leituras para praticamente nenhuma, foi longe demais. Existem igrejas que seguem fazendo as 4 leituras e, muitas vezes pregam em um texto diferente, elevando-as para 5. Sem exageros e tornando a coisa mais dinâmica, todos tem acesso a bíblia que pode ser lida a qualquer momento. Nas nossas celebrações lemos os textos que serão expostos no sermão.
3. CONFISSÃO DOS PECADOS E CERTEZA DE PERDÃO
Tradicionalmente, os cultos protestantes incluíam uma confissão de pecados associado claro ao perdão de Deus. Vejo aqui em minha mesa o manual de liturgia da Igreja Luterana que, assim como as demais igrejas históricas possuem em seus ritos o momento de confissão, onde um dirigente conduz a congregação e em seguida clama pelo perdão de Deus. Isso é muito bom, traz alívio e renovo a cada um. É um momento solene, mas não triste e o perdão deve ser visto com a maior alegria possível. Observo que o problema as vezes está na maneira que se conduz. Já participei de momentos de confissão e perdão onde tive vontade de sair da igreja pelo peso de culpa que se colocou sobre as pessoas. Solenidade não é sinônimo de espiritualidade nem de reverência, a alegria é reverente também.
4. PREGAÇÃO ONDE A BÍBLIA É EXPOSTA
Quando Paulo escreveu ao jovem pastor Timóteo, ele o instruiu a pregar a Palavra
Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu Reino, eu o exorto solenemente: Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério. 2 Tm 4:1-5
Os cristãos há muito entenderam que a melhor maneira de pregar a palavra fielmente é pregar de tal forma que o ponto do sermão corresponda ao texto. O pregador precisa entender não apenas a redação da passagem, mas a intenção do autor em escrevê-la etc. Isso leva à uma interpretação e aplicação mais fiel. O advento do “Coach Brasileiro”, algo bem tupiniquim, uma verdadeira jaboticaba, as pregações tem seguido essa linha e assim seguem em diferentes igrejas, históricas, contemporâneas etc. o pregador fez o curso de coach e esqueceu o conteúdo da Bíblia. Escolhe alguns textos bíblicos e citando-os aqui e ali, segue afirmando o positivismo geral…você pode, você consegue, você vai sair daqui hoje vencedor… e por aí vai.
Por outro lado, os expositores radicais seguem dando aulas nos púlpitos e pouco aplicam à vida das pessoas. O púlpito nesses casos se tornou uma academia e quanto mais títulos, melhor. Mas as pessoas seguem dizendo: “o que isso tem a ver com minha vida? A pobreza de aplicação dos expositores e a pobreza de conteúdo dos coaches, tem gerado uma igreja desnutrida. Alguns históricos desnutridos enquanto outros “modernos desnutridos”. Precisam todos saber que quando um pregador não tem cultura bíblica se percebe facilmente na sua exposição.
5. ADORAÇÃO CONGREGACIONAL
Todos sabemos e se não, devemos saber que o objetivo das bandas de louvor é servir e facilitar, não atuar e performar. Isso não se discute. No entanto a música tem uma parte decisiva na adoração comunitária bem como no evangelismo. Eu me converti aos 23 anos de idade, era fã do rock e da boa mpb. Um dos grandes obstáculos a minha conversão foi a música nas igrejas. Levava minha mãe ao culto e as vezes ela pedia para eu ficar e eu ficava, mas aquilo era um grande sacrifício, sim aquela música me torturava. Me aproximei de cristo quando conheci os “meninos de Deus” (Jesus people) e por quê? Porque a música deles me chamou a atenção.
Para alguns o canto congregacional deve ser de tal forma que as vozes do povo sobem mais alto que os instrumentos e dos ministros da música. Muitos se queixam que as igrejas se afastaram dos hinos, canções que dizem tinham verdade profunda definida para melodias simples, mas belas. Concordo em parte os hinos clássicos são peças musicais. E podem ser usados hoje, se adequando em estilo e melodias mais ajustadas aos tempos atuais. Igrejas onde se canta a capela ou no máximo com um piano defendem que esse é o modelo “certo” e aí vem mais uma vez o erro. Será possível que não se compreendeu que não há estilo, volume, instrumento ou qualquer outra coisa que possa definir uma verdadeira adoração? Ninguém pode julgar a adoração de ninguém pois ela se define no coração. Existem címbalos sonoros nas igrejas históricas com os hinos assim como em qualquer outra igreja contemporânea. Quem se preocupar com repetição, com clamor pessoal etc. deve dar uma passeada nos salmos ou retirá-los de suas bíblias pois talvez pareça “worship” demais.
A Liturgia Anglicana pede que haja equilíbrio nas celebrações e para isso existe um “esqueleto” uma “coluna vertebral” Que promove esse equilíbrio e que Tomas Cranmer sistematizou muito bem, e toda celebração deve ter:
Adoração
Orações e intercessões
Leitura da Palavra de Deus
Pregação Bíblica
Momento de ofertório
Enquanto houver o desejo de prevalecer e definir o que seja a “verdadeira adoração? Nos moldes culturais e denominacionais, deixaremos passar a oportunidade de exercer a nossa fé, agradar a Deus e ver o “O senhor acrescentando aqueles que irão sendo salvos”
Miguel Uchoa
Bispo Anglicano
[1] Ashton, Mark. louvor: análise teológica e prática. 1 Ed Rio de Janeiro? Thomaz Nelson Brasil.2017. P62
Em um mundo que já enfrenta todo tipo de adversidade, crises e dilemas, a crise sanitária do novo coronavírus vem agravar toda essa realidade. Estamos convivendo com famílias, pessoas, empresas, escolas, comércio e todo tipo de agrupamento e deles ouvimos a mesma e clássica frase “as coisas estão difíceis”. E de fato estão e, a igreja é parte dessa difícil realidade e, enfrenta também seus grandes desafios. “não está fácil pra ninguém”.
Tenho acompanhado a discussão da essencialidade e sinceramente não acredito que ela esteja diretamente vinculada, nesse momento, à questão de ter ou não celebrações presenciais. Não resta dúvida que ela é essencial, a constituição federal garante essa essencialidade dando a fé (qualquer uma) o caráter de “inviolável”.
O debate sobre a essencialidade da igreja (fé) tem tomado a mídia, as redes sociais e alcançou o supremo tribunal federal (STF). Lamentavelmente, o rumo que esse mesmo debate tomou não ajudou a igreja a aproveitar essa imensa oportunidade e agir de maneira racional, para não dizer inteligente. Sem querer ser o “inteligente” aqui e, apenas analisando os fatos podemos observar tudo isso por diferentes ângulos.
O ângulo do estado _ O estado brasileiro, assim como tantos outros em diferentes partes do globo, estava despreparado para agir adequadamente e enfrentar a pandemia. No caso do Brasil claro ainda mais despreparado. Tudo se agravou pelo oportunismo político – partidário que transformou a pandemia em um campo de batalha no âmbito municipal, estadual e federal entre governistas e oposicionistas. Além disso, a endêmica corrupção eclodiu mais uma vez e os aproveitadores se “lambuzaram” usando a expressão de minha terra, buscando tirar vantagens sobre a população indefesa.
A classe política se dividiu entre aqueles que insistiram em minimizar a crise e a doença em si e do outro os que a supervalorizam buscando os dividendos ($) recebidos da união e as liberações de editais onde se faz ser desnecessária as licitações. Assim se abriram as porteiras para o descaso e a corrupção e, ao que parece, os números foram e são mascarados e os registros de causa mortis dados como covid 19 quando pessoas morreram de outras causas vem sendo noticiados por familiares. O Estado sabe, mas ao que parece, não quer lidar coma situação, como se faz necessário, por não ser interessante para ele. A pandemia passou a ser uma ferramenta de poder e manipulação.
O que me incomoda não são os decretos que limitam a presença na igreja, mas sim os dois pesos e as duas medidas que são colocadas pelos governos. Na paraíba por um tempo tudo estava aberto e liberado, mas as igrejas estavam fechadas, em Pernambuco mantiveram as concessionárias de veículos abertas e fecharam as igrejas e ainda se ouviu em grande audiência, um secretario de estado dizer: “todos tem o direito de comprar seu carrinho”. Sem falar nas eleições municipais onde candidatos aglomeraram multidões e depois, todos vimos os números crescerem vertiginosamente.
O ângulo da mídia_ dificilmente há no Brasil, quiçá no mundo, uma mídia isenta de interesses de todo tipo. Sim, acredito nas exceções, que no meu entendimento são raras. No Brasil, salvo essas exceções, a imprensa televisiva é um desastre, os noticiários servem de instrumentos manipulativos a uma população desinformada. Os noticiários fazem questão de mostrar os detalhes do sofrimento dos indivíduos que mais parece uma sessão de cinema de tragédia, chamando assim a atenção da população e gerando pânico. Isso mantem a população ligada e gera audiência que é o que a eles importa.
O ângulo da Igreja_ A igreja, como já dissemos é essencial à população, sim é, mas também não é nenhuma novidade que a sua essencialidade não está, apenas, nas celebrações presenciais. Essas são a assembleia dos santos, lugar e momento em que a comunidade da fé acontece com intensidade e o conselho do escritor da carta aos hebreus em um contexto de guardar a fé é
Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia. Hb 10:25
Esse momento é sagrado e vital para a manutenção da comunidade da fé. No entanto a igreja e nós cristãos precisamos pensar estrategicamente e nos associarmos a todos que, de boa fé, estão dentro dessa batalha contra essa enfermidade. Ao longo da história a igreja sempre atuou com sua presença nas calamidades, pandemias e em situações em que a sociedade demandava a presença de uma voz e ação de misericórdia. Essa natureza é intrínseca da igreja de Jesus Cristo desde os primeiros séculos em que os cristãos eram conhecidos por serem aqueles que cuidavam dos doentes das enfermidades mais graves quando ninguém se dispunha a cuidar.
Acredito que é hora de, de como igreja, sermos esse braço de misericórdia, essa presença de amor e cuidado e exemplo para todos. Não vejo com simpatia a entrada da igreja em “brigas” intermináveis e com insistência solicitando a abertura dos templos para as celebrações presenciais. Vamos acordar para o fato, para a realidade, as pessoas estão morrendo, estão passando fome, a crise alimentar se avoluma e a presença da igreja precisa ser para mitigar essa dor dos enlutados e dos necessitados.
Se, como igreja seguirmos sendo o braço de misericórdia, se como cristãos, independentemente de bandeira denominacional, nos debruçarmos em servir, atender, aconselhar, consolar, criar campanhas de ajuda emergencial, levantar alimento, sermos voz ativa em meio a toda essa turbulência que vivemos e, nos preocuparmos menos comas celebrações presenciais, acredito que ajudaremos muito pois somos a maior força voluntária do planeta.
A Igreja, de maneira geral perdeu quando levou um apelo ao STF para a liberação das celebrações presenciais. Perdeu porque deu voz a um tribunal laico, desvinculado da vida eclesial, com suas próprias prioridades e interesses. E essa voz foi quase que uníssona de críticas às igrejas. Demos assim a oportunidade aos “gentios” julgarem os “justos” e nos darem lições de como agir em cadeia nacional. A igreja, nas palavras de um pastor amigo, “foi achincalhada na suprema corte do país porque políticos e “pastores políticos” vendem a alma por poder a mamon… a noiva não merece isso, Jesus está chorando novamente”
Nas nossas igrejas, temos seguido os protocolos e realizado celebrações presenciais dentro de todas as normas sanitárias, o número de fiéis presentes foi drasticamente reduzido, investimos em transmissões on line e estamos seguindo na missão. Mas, é fato que sentimos muita falta de estar na igreja local cheia de irmãos e irmãs, sentimos a falta do abraço amigo, da oração presente, do compartilhar olhando nos olhos… nada disso é o ideal mas talvez seja a nossa contribuição no momento Não podemos virar as costas e negar a realidade que estamos vivendo.
Creio que é tempo de sermos mais solidários e deixarmos esse “espírito cruzado”, essa mania de enxergar em tudo a sombra da perseguição. A igreja seguirá triunfando, foi ela a única instituição que viu e continuará vendo a ascensão e a queda dos impérios, reinados e governos… Como diz o hino “ninguém detém é obra santa
Meu choro não é livre, como disse a ancora da Globo @majucoutinhoreal. Meu choro é por compreender o momento difícil e tentar sentir na pele a dor de quem está sofrendo, perdendo familiares e amigos. Meu choro é por todos que perderam algum familiar e amigos próximos. Meu choro é pelos desafios emocionais que muitos estão passando. Meu choro é por quem está vendo seu emprego ir embora. Meu choro é pelo vendedor de quiabo na rua, impedido pela polícia, e que clama para levar o pão aos filhos. Meu choro é pelos empreendedores desse país que sofrem com os dois pesos e duas medidas. Meu choro é por uma parcela da população que se deixa levar pela mídia corrompida e Interesseira e que no meio da dor, se distrai com suas novelas malignas, experts em desconstrução de valores. Meu choro é pelo sofrimento de todo o mundo. Mas meu choro não é livre, como de alguns atores “globais” que pedem ao povo para ficar em casa mostrando suas mansões e sugerindo “abrir um bom vinho, porque ninguém é de ferro”. É privilégio de alguns poder ficar em casa, mas choro. Choro e procuro ver o que posso fazer… chego até a me irar, mas logo a Palavra me fala uma palavra de consolação: “Pois a sua ira só dura um instante, mas o seu favor dura a vida toda; o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria. Salmos 30:5. Não @majucoutinhoreal, o choro não é livre…
Ontem foi o Dia Internacional da Mulher… estive observando tudo o que se diz e quando faço isso, vejo que ainda existe alguns mal entendidos quanto a esse dia tão especial. Sinceramente, vejo homenagens, vejo declarações de amor, vejo muitas coisas ditas e nem sempre tem a ver com o que a data representa. Dizer que vocês são especiais não acho necessário, porque isso vemos a cada dia de nossa existência, dizer que minha mãe é minha heroína eu sempre disse. Homenagear as esposas etc. e etc…
Vejo nesse dia poucas referencias ao que essa data representa. Ela existe para dizer que a mulher tem DIREITOS, que elas não podem ser PRETERIDAS, que elas são CRIADAS À IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS, e assim devem ser respeitadas por respeito ao Seu criador que assim as criou, e nela também se regozija. Nossa igreja crê nisso, crê que a violência, o preconceito, a exploração e toda diferença feita contra ela e que traga prejuízo a essa imagem é um crime, sim, mas acima de tudo é um pecado contra o Deus do universo, pois agindo assim estaríamos agindo contra o Seu plano perfeito.
Sou grato a Deus por ser parte de uma igreja que a valoriza, que a honra, que dá espaço para que ela se desenvolva, crie, ministre, abençoe e use todos os talentos que o criador a deu… E peço a Deus que a igreja cristã cada vez amplie mais o seu olhar sobre as mulheres, que abra espaços e lhes dê o direito que seu criador já as deu. Lamento pelos grupos religiosos, cristãos e não cristãos que alimentam essa discriminação e persistem no pecado. Rogo uma exegese mais apurada, uma hermenêutica mais aberta e assim, pedindo emprestado os olhos do criador enxerguemos elas como nossas parceiras, irmãs, colegas…
Às mulheres, desejo que sigam buscando isso e não se deixem levar pelos excessos de grupos suspeitos que levantam a bandeiras dos direitos, mas confundem com uma batalha de gênero. Lutem pelo seu espaço e nunca se permitam levar pelas bandeiras de ódio, de pecados contra a vida…sejam sempre mulheres, femininas que foram criadas para serem nossas companheiras e nos ajudar a construir uma sociedade mais justa.
Um dia escrevi um artigo que dizia algo mais ou menos lhe deu. assim “queria que esse dia não fosse necessário” e é esse meu sentimento sempre que esse dia chega pois ele só existe porque houve e ainda há a necessidade de levantarmos a voz delas e fazer eco aos seus direitos.
Existe no Brasil um considerável movimento de crescimento da igreja evangélica, isso é inegável. Mas em momento algum esse movimento deve ser considerado como um avivamento, quando isso acontece existem marcas que acompanham esse chamado “avivamento”. Uma simples olhada na história dos grandes avivamentos e veremos que eles sempre são acompanhados de alguns fatores comuns. O padrão dos avivamentos segue aquele primeiro de todos após Pentecostes e que está registrado no segundo capítulo do livro de Atos dos apóstolos cap 2: 41-47
Um genuíno avivamento é acompanhado dessas marcas, claras aqui no texto de Atos
Crescimento numérico dos que aceitam a Cristo.
Dedicação ao estudo da Palavra de Deus
Celebração e oração
Temor
Sinais e maravilhas
Unidade
Serviço ao próximo e necessitados
Reuniões familiares (células?)
Simpatia do povo
Crescimento natural
Em um movimento de crescimento de igreja apenas, e esse parece ser o caso do Brasil, algumas dessas marcas até aparecem, especialmente o crescimento numérico, mas elas estão descontinuadas e longe de atingir as demandas da nação. Na Inglaterra com Wesley, houve um evangelho integral atingindo todos os setores da sociedade, no Pais de Gales com Evan Roberts aqueceu a fé de uma nação inteira que vivia morta espiritualmente, no oeste da África trouxe uma devoção pela palavra de Deus pelo evangelismo e pelas disciplinas espirituais que são vividas até os dias de hoje como herança daquele mover.
No nosso caso brasileiro a situação é bem diferente e alguns males precisam ser sanados para que um verdadeiro e genuíno avivamento envolva a nossa nação. É claro que existem casos louváveis em várias e diferentes realidades e igrejas, mas de longe não representam o que se conhece como a Igreja Evangélica Brasileira ou o que podemos chamar de “Cultura Gospel” em nosso país, essa de fato é entristecedora. Cito abaixo o que percebo em uma rápida análise
Falta de unidade_ O individualismo, salvo exceções, é muito forte na cultura gospel brasileira. Ilhas de unidade e seriedade podem ser encontradas, mas de maneira geral cada um cuida de seu “império” e o discurso raso de unidade não sobrevive ao conselho de Paulo aos efésios “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” Ef 4:5. Nunca rebatizei um crente pois creio no valor do sacramento, já recebi vários vindos de outras confissões denominacionais, mas sempre tive o credo como sinal de unidade e o batismo como marco de uma fé uma vez confessada como sendo necessária. Recentemente e sem ser a 1ª vez, vi um antigo membro de minha congregação ser batizado em uma igreja “irmã” cujo pastor bate em minhas costas e me chama de querido, mesmo não reconhecendo o batismo por mim realizado. Onde está a unidade?
Independência_ Lamento por uma geração inteira de líderes da cultura gospel que caminham sós e sem a necessária e bíblica prestação de contas. Seguem sem conselhos e quando recebem, entendem como ingerência ou inveja pelo seu grande salto de “sucesso”. Sou líder de uma denominação de regime episcopal que possui nos bispos os pastores de pastores, que atuando apropriadamente são verdadeiros pais espirituais gerando uma relação em que a prestação de contas é necessária e a independência não faz parte. Alias a independência é a marca do maior desvio que jamais existiu na humanidade. Lideranças independentes produzem uma igreja dependente deles mesmos. O bom exemplo tem sido dado por aqueles, que mesmo em grupos denominacionais diferentes, se protegem prestando contas uns aos outros, existem bons casos no Brasil, mas ainda são exceções.
Teologia pobre em hermenêutica_ assusta a pobreza, para não dizer a ausência de uma boa hermenêutica nas mensagens de tantos púlpitos brasileiros. As vezes me surpreende a “criatividade” da mente de alguns pregadores que, sem a mínima base teológica, conquistaram grandes públicos com uma teologia “coach”, positivista e versada em uma prosperidade antibíblica onde o sucesso é a única opção e sofrer é para os fracos.
Proselitismo_ existe no Brasil um crescimento de algumas comunidades que na medida que crescem outra encolhem. Este é o crescimento por proselitismo, eu explico. É natural que cristãos mudem aqui e ali de comunidade. Seja porque não gostam mais do pastor ou porque simplesmente se decepcionaram com alguém em sua comunidade ou por outras razões menos importantes. Acho que tudo isso pode acontecer dentro da normalidade. O que não me parece normal e evangélico é o proselitismo intencional e isso acontece com frequência no Brasil. Líderes criam grupos, movimentos, programas e mesmo conferências “ecumênicas”, atraem pessoas de diferentes igrejas e depois, abrem igrejas a partir desses grupos e a migração acontece. Isso é triste de se ver, igrejas que enchem porque outras murcham.
Carreira x fé _ me chama a atenção o que eu chamo de desvio de função existente por pastores que ganha espaço no meio evangélico brasileiro. Eu fui chamado para equipar os santos, segundo Paulo escreveu aos efésios
E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, Ef 4:11-12
Por outro lado, Jesus diz e Paulo repete (Mc 10:10, 1m Tm 5:18) que o obreiro é digno de seu salário. E por isso eu considero “desvio de função” porque eu recebo salário para preparar os santos e não deveria cobrar mais por esse mesmo trabalho. É grande o número de pastores que estão criando cursos e mentorias particulares e cobrando por isso se desviam daquilo para o que foram chamados pois são pagos por suas igrejas para equipar os santos. Mas se alguém que é membro da igreja de um desses pastores, que já paga um salário para que ele os prepare para a obra do ministério e que, desejando participar de um desses cursos terá que pagar a mais. Lamentavelmente são líderes midiáticos, que estão nas redes sociais cativando pessoas e trazendo-as para seus apriscos e planos de carreira.
Continuamos orando por um avivamento genuíno…. que venha e que venha breve!!
Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12:1-2
O Cristianismo em sua versão original é um conjunto de crenças bem sólidas. Essas crenças foram questionadas por toda história e por diferentes expressões filosóficas, tradições religiosas, usos e costumes antigos e modernos, sistemas de governo e governantes e, nunca sucumbiu nem tampouco negociou seus valores e assim, se manteve firme em suas origens por séculos. Talvez, uma das razões para essa “firmeza” seja o fato de o principal sistematizador de suas doutrinas ter sido Saulo de Tarso, depois Paulo apóstolo de Jesus Cristo por chamado especial. Judeu, de origem farisaica, educado na escola de Gamaliel, que foi um dos mais renomados nomes das escolas teológicas judaicas do 1º século.
A Escola farisaica era conhecidamente rígida, exclusivista e nacionalista. Flexibilização não era uma palavra que fazia parte do vocabulário fariseu. Eram reconhecidamente fundamentalistas e foram classificados por Jesus como “Hipócritas” e “Sepulcros caiados” no evangelho de Mateus
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Mt 23:27
Alguns se arriscam a dizer que, de alguma forma, isso pode ter tido uma relação direta com a maneira que a fé cristã se estabeleceu e não somente sobreviveu, mas avançou consideravelmente nos primeiros séculos da era cristã em meio a um turbilhão filosófico, uma verdadeira salada filosófica greco-romana e um arcabouço doutrinário judaizante, a outra possibilidade é assumir que a mensagem prosperou porque era plano de Deus e o Espirito Santo atuou profundamente, pela “excentricidade” da mensagem para a mente helênica, somente por esse poder o evangelho poderia se expandir. Particularmente fico com a segunda opção, sem, no entanto, desconsiderar a primeira.
Mesmo falando a hedonistas, seguidores de Platão, epicureus e outros, Paulo nunca negociou os princípios do evangelho, nunca procurou adequar essa mensagem a qualquer circunstância que a deixasse mutilada. Dizer. Como já escutei, dizer que Paulo não era ortodoxo é desconhecer Paulo e a sua teologia. Foi essa ortodoxia que o levou por diversas vezes a quase sucumbir e morrer, mas sempre mantendo sua palavra firme e a apresentação de um evangelho ortodoxo, sólido e imutável.
Às mulheres de Corinto disse” não cortem os cabelos, para serem diferenciadas das sacerdotisas prostitutas que serviam nos templos pagão e rapavam suas cabeças, aconselhou também que elas não falassem em público para que, da mesma, forma não fossem confundidas com as líderes religiosas pagãs. Sim Paulo era ortodoxo, deu solidez a mensagem do evangelho, usou de ferramentas de seu tempo, sem negociar os pilares da fé.
Por definição, pelas suas origens e pela sua história a fé cristã é sólida e ortodoxa
Ortodoxia_ interpretação, doutrina ou sistema teológico implantado como único e verdadeiro pela Igreja
Lamentavelmente, mesmo existindo hoje muitos homens e mulheres de Deus que seguem os passos desse gigante de Tarso, que dão solidez a mensagem do evangelho e não negociam seus pilares, surge em nosso meio evangélico um tipo de cristianismo que, mesmo não apresentando algo necessariamente novo, começa a importar posturas e pensamentos que promovem um cristianismo “adoutrinado”, sem absolutos, amórfico e assim, perdendo sua capacidade histórica de ser referencia par quem busca uma relação verdadeira com Deus .
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) um dos eminentes teóricos sociais do mundo é o autor do livro Vida Liquida, Zygmunt acreditava que, ao fazer perguntas sobre nossa própria sociedade, ficaríamos mais livres, e alguma forma Isso desenvolve o pensamento que leva a ideia de uma sociedade autônoma que questiona tudo o que é narrado e, sai em busca de novos significados e assim passa a questionar os valores que estão sendo colocados para todos nós. Alguns que seguem esse pensamento afirmam que não podemos ser escravos de narrativas que estão sendo fabricadas ao nosso redor, perdendo contato com as nossas próprias experiências subjetivas. Advogam que na vida pessoal se vive essa mudança de sólido para líquido diariamente e isso se reflete na economia que antes valorizava um emprego permanente e hoje se entusiasma com uma multiforme expressão profissional que faz de tudo e encontrar algo com o que se possa conformar parece de pouco ou nenhum interesse. Para Bauman, a vida líquida é uma vida de consumo. Isso se repete em nossas crenças, que estão sujeitos a mudanças. A realidade é dividida em módulos, que muitas vezes parecem pertencer a universos paralelos. Não há um quadro sólido para dar significado às nossas vidas. Para ele, uma vida muito mais líquida parece inevitável. Mas é isso que realmente queremos? Isso é bom para nós?
E a resposta precisa ser clara, definida e objetiva: Não, não é! Especialmente para aqueles (as) que se incluem no grupo dos cristãos. Para um cristão a vida liquida é tudo que se opõe aquilo que Jesus Cristo trouxe em seu evangelho. Em absoluto, não é porque saímos da ortodoxia da lei que entramos em uma graça heterodoxa. A fé cristã é sólida na sua mais profunda origem e assim precisa se manter para que não sucumba ao século. Ser contracultura é ser sólido, é o que está firme e que não se abala.
Paulo quando escreve aos romanos deixa claro que a solidez da fé cristã não se adequa ao estado líquido do pensamento moderno. Ora se ele diz “não tomem a forma do mundo…” devemos prestar atenção a como isso poderia se dar hoje. Venha comigo e raciocine, para se tomar a forma seria necessário estar em um estado que se adeque a essa “fôrma”, e assim precisaria ser liquido, uma fé sólida não se encaixa na fôrma desse século, assim, não procura se adequar a ele, ao contrário, o “mundo” precisa necessariamente tomar a forma da fé cristã, seguir sua direção e afirmar seus valores. Quando dizemos que “fomos do mundo”, é porque deixamos que Jesus nos preenchesse e nos moldasse aos seus propósitos. Assim é!
Existe hoje um cristianismo líquido que procura, para agradar a todos e a todas as tendências, se adequar a elas. Nele, não há mais absolutos, tudo se relativiza e assim, der maneira ‘liquida”, se encaixa em toda e qualquer proposta mundana. Esse cristianismo líquido usa como base, equivocadamente, e fora de todo contexto, a máxima bíblica que devemos fazer de tudo para estar em paz com todos (Rm 12:28). Eu diria que ele se agarra muito mais ao ditado popular que quer agradar a gregos e troianos, e quem conhece um pouco de bíblia e de história sabe dessa impossibilidade. Quem assim age, desagradará a Deus.
O Cristianismo líquido não é escriturístico e assim se perde em valor e conteúdo. A sua liquidez gerou uma gama de pregadores que agora dizem o que querem em uma hermenêutica tão frágil quanto suas mentes vazias. Uma das maiores falácias escutei de um jovem pastor brasileiro quando disse: “se precisou ser Jesus para morrer em seu lugar, é porque você é muito importante, você é igual a Jesus”. Numa absurda inversão de papeis ele nos tirou do estado de miserabilidade, imperfeitos, pecadores, maus. Em uma frase ele dizia que não foi porque meu pecado era tão grande que precisava alguém como Jesus e sim que eu era tão importante quanto Jesus…
O cristianismo líquido é tradicional, mas é pentecostal, é reformado e carismático… não importa, ele se adequa a sua melhor forma e a sua maior conveniência. Ele jamais entra em uma “bola dividida”, afinal de contas, não quer ferir ninguém. Não, Jesus não foi assim, ele dividiu quando foi necessário, questionou quando necessário, exortou, advertiu e repreendeu, quando necessário.
Faça uma análise de seu cristianismo e veja quão liquido ele é…
A igreja de Jesus Cristo é uma família, querendo ou não, se você confessa a Jesus como único Senhor e Único salvador, você é da família do Pai celestial. Veja o que Paulo diz aos efésios
Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, Ef 2:19-20
Assim, a unidade dessa família deve ser vista, deve ser algo concreto, quase que palpável. Como toda família podemos ter algumas diferenças, mas elas são periféricas e o Credo apostólico, um dos mais antigos documentos da fé cristã veio para ser nosso primeiro “estatuto” e dizer o que une o nosso povo e nos faz ser Família de Deus.
Amo a igreja, amo essa família e mesmo em meio a essas diferenças, que existem em toda família, sempre sairei em defesa dela e dos que são meus irmãos e irmãs. Nunca me associarei com o pensamento desse “século” para me dissociar dos valores dessa família, nunca me omitirei para preservar uma pretensa imagem pessoal, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada é, e será sempre, meu ponto de partida.
Se você é parte dessa família, deve aprender algo, zelar por ela e não a expor e denegri-la quando alguns de seus irmãos pensarem diferente de você. Se você não faz isso com seus irmãos de sangue, por quê haveria de fazer com os seus irmãos(ãs) no precioso sangue de Cristo? Ao contrário devo sair em defesa, me pronunciar e se possível, e de todas as formas proteger meu irmão(ã) dos odiosos que tentarem macular sua pessoa.
Certa vez, quando eu morava em Israel e o país estava em um forte conflito (guerra) no sul do Líbano, tive uma experiência marcante. Havia um movimento chamado shalom archav que em hebraico significa PAZ Agora! Houve uma grande mobilização pedindo a paz e uma manifestação convocada para Tel Aviv. Lembro, como se fosse hoje, todos nós em vários ônibus, se cruzando pelas estradas e cantando hinos de paz em direção a Tel Aviv, muito emocionante aquilo. Foram mais de 300 mil pessoas naquela noite clamando Paz agora! Na saída antes de embarcarmos no ônibus um membro do kibutz onde eu morava e amigo, me perguntou: “Miguel, por que você vai a essa manifestação? Você nem é judeu! “ Tive a oportunidade então de dizer a ele algo que o pastor Luterano Martin Niemöller, que viveu o horror do nazismo disse no início do período pós-guerra quase como uma autoconfissão e, que dentre as versões, a mais conhecida no Brasil talvez seja a citação abaixo:
“Quando os nazistas vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata.
Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista.
Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu.
Quando eles me vieram buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar.”
Faço questão de dizer a você que partilha comigo o sangue de Cristo, que afirma os credos históricos e se declara cristão, que pretendo nunca repetir esse “poema”, nunca precisar fazer essa “auto confissão” por ter deixado um irmão(ã) meu (minha) na trincheira levando balas de qualquer tipo… isso, para não ter que começar outro poema desse tipo assim
Quando vieram buscar os batistas, eu fiquei em silêncio; eu não era batista.
Quando eles prenderam os calvinistas, eu fiquei em silêncio; eu não era um calvinista.
Quando eles vieram buscar os que se posicionaram contra os horrores e as injustiças, eu não disse nada; eu fiquei quieto para não me comprometer.
Quando eles buscaram os que afirmavam a verdade da Bíblia, eu fiquei em silêncio; afinal de contas, eu as afirmo de outra forma…
Quando eles vieram me buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar.” E eu fui levado aos tribunais
Espero quem nunca seja necessário, mas se você é meu irmão na fé e em Cristo Jesus partilha da mesma família, saiba quem sempre que souber me levantarei para defender você, você não ficará só na trincheira da vida
As últimas semanas foram cheias de mudanças sem precedentes em nossas vidas e em nossos ministérios. Sei que muitos pastores estão tentando descobrir como ministrar em um período de distanciamento social, como servir as populações de maior risco em nossas comunidades e como sustentar os ministérios à medida que o dízimo e as ofertas diminuem.
Nenhum de nós foi treinado para fazer isso. Nunca ministramos uma epidemia como a COVID-19 antes. O medo está em toda parte. Tenho certeza que você também está lutando com isso.
Em momentos como esse, precisamos nos apegar a verdades que não mudam. Pastor, você conhece essas verdades. Você provavelmente já os pregou várias vezes antes. Mas em tempos de crise, é realmente importante lembrar dos fundamentos. A Bíblia enfatiza a obtenção dos fatos antes que você tome as principais ações em sua vida.
Aqui estão sete fatos para compartilhar com sua congregação:
Nem tudo que você ouve é verdade. Nem todo mundo com uma opinião na Internet, televisão e mídia social sabe do que está falando. Você precisa ser seletivo com quem ouve durante esse período. Muitas pessoas nos próximos dias terão suas próprias agendas – financeira, política etc. – para esta crise. A Bíblia diz em Provérbios 13:16: “O homem prudente sempre age com conhecimento” (NVI). Em outras palavras, aja por conhecimento e não por medo. Torne uma prioridade obter seus fatos de pessoas confiáveis. Nem todo mundo corre o mesmo risco nessa pandemia. A história do COVID-19 é muito clara. Pessoas com mais de 60 anos e pessoas com condições pré-existentes são as mais vulneráveis. Se você estiver nessas categorias, tenha cuidado. Sei que, como pastor, você quer servir sua congregação. Você precisa procurar maneiras seguras de fazer isso. Seja fiel, mas não tolo.Isto vai passar. A Bíblia nos diz que haverá provações. Primeiro Pedro 4:12 diz: “Queridos amigos, não se surpreenda ou fique chocado por você estar passando por testes que são como andar no fogo” (CEV). Estes são tempos difíceis, mas não durarão para sempre. Precisamos fazer o que os profissionais de saúde recomendam. Precisamos tomar as ações de senso comum que diminuirão a propagação deste vírus. Não precisaremos fazer essas alterações para sempre. Nossas igrejas se reunirão novamente.
Concentre-se no que é imutável, não no que está mudando. Haverá muitas mudanças em seu mundo, sua comunidade e seu ministério nas próximas semanas. É seguro dizer que você nem conhece todas as mudanças que essa pandemia terá sobre você e sua comunidade. Você fará coisas para servir sua comunidade e sua congregação com as quais nunca sonhou um ano atrás. Seja flexível, mas lembre-se do que não mudou. A Bíblia diz: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hebreus 13: 8). No meio de toda essa mudança, você pode contar com essa verdade. Você também pode saber que o amor de Deus por você e sua comunidade nunca mudou. O chamado de Deus para sua vida não mudou. Não deixe que todas as mudanças façam você perder de vista tudo o que ainda é o mesmo.
Deus passará por isso com você. Este vírus não surpreendeu a Deus. Ele passará por tudo isso conosco. Você pode se sentir sozinho às vezes. Você pode sentir que ninguém entende as demandas do ministério que estão sobre você agora. Mas nunca estaremos sozinhos. Convido você a se lembrar de Isaías 43: 2 durante esse período: “Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; e quando você passa pelos rios, eles não o varrerão. Quando você anda pelo fogo, não será queimado; as chamas não o incendiarão ” (NVI). Concentre-se nessa verdade e não em todo o barulho da Internet no momento. Isso substituirá sua preocupação pela adoração. Este não é o fim da história. A Bíblia diz: “Em tempos de angústia, Deus está conosco e, quando somos derrubados, levantamos de novo. . . porque sabemos que Deus ressuscitou o Senhor Jesus ” (2 Coríntios 4: 8, 14 CEV). A Páscoa nos lembra que vencemos, não importa o que aconteça. Mesmo que esse vírus tire nossa vida, iremos diretamente à presença de Deus. Nesse dia, toda a nossa dor, doença e tristeza terminarão. Não haverá um vírus COVID-19 no céu. Não sabemos o que o futuro reserva, mas sabemos quem o mantém.
Deus quer usar nossas igrejas para ajudar os outros. Eu sei que sua igreja está passando por um desafio incrível agora. Mas Deus não quer apenas levar sua igreja através desta crise. Ele não quer apenas que sua igreja sobreviva durante esse período. Ele quer que prospere. Essa é a diferença entre como lidamos com a dor como crentes e como o mundo o faz. A igreja vê todas as necessidades do mundo como uma porta aberta para o ministério. Estou rezando para que sua igreja inicie muitos novos ministérios nesses dias difíceis. Hoje você nem conhece os tipos de desafios que sua comunidade enfrentará, mas Deus sabe. Será uma oportunidade para as igrejas brilharem.
Estou orando por nossas igrejas. Este vírus não apareceu em Deus. Não vai parar a igreja. O próprio Jesus nos lembra que “todos os poderes do inferno não conquistarão” a igreja (Mateus 16:18).
A Igreja de Jesus Cristo é, em seu todo, uma Igreja Sacramental. Se considerarmos a palavra sacramento em sua etimologia ela traz um claro e indiscutível significado, se considerarmos a religiosidade e os significados que foram adotados ao longo dos séculos, se torna uma polemica. Há um problema aqui com as tradições eclesiásticas. Por conta delas, alguns grupos rejeitam o uso do termo por não desejarem serem identificados como parte desse ou daquela tradição cristã, mesmo que utilizem eles um termo paralelo que traz um significado semelhante. Algo que somente a idiossincrasia humana pode explicar. Na raiz, a palavra sacramento traz os seguintes significados:
Sacramentum_ De latin. Sacer (sagrado), sacrare (dar caráter sagrado a, consagrado a){…} processo civil; juramento militar; juramento; Lat. Eclesiástico: segredo, a revelação do evangelho; mistério; santo ministério. [1]
No uso antigo traz a ideia de Juramento; ação de jurar, de prometer solenemente. A tradução do grego traz a palavra Mystêrion mas não tem a conotação de mistério, no sentido de misterioso ou segredo. Seu sentido é oculto, inefável, grandioso, incompreensível. O plural de mystêrion é mystêria. Por isso, algumas confissões cristãs usam o termo “Santo mistério”
Algumas confissões reformadas usam a expressão “ordenança” para o batismo e a ceia do Senhor. O que se alinha com o pensamento histórico das denominações pré-reformadas e da igreja indivisa como o catolicismo romano, o anglicanismo e a igreja ortodoxa, mesmo entendendo-se que cada uma dessas tem uma compreensão particular, mas que isso não leva a descaracterização do termo na sua mais remota origem.
A definição de sacramento, dadas por Agostinho de Hipona é que eles são sinais visíveis de uma graça invisível e que deveriam ter sido instituídos diretamente por Jesus Cristo. Ainda Segundo Agostinho um sinal é tudo aquilo que, além de atuar por si em nossos sentidos, nos leva também ao conhecimento de outra coisa concomitante. Segundo ele, os Sacramentos pertencem à categoria dos sinais, porque nos mostram exteriormente, por certa imagem e semelhança, o que Deus opera interiormente, em nossa alma, pelo Seu poder invisível.
A Reforma trouxe a consciência de que os únicos instituídos diretamente por Jesus Cristo foram a Ceia do Senhor (Eucaristia) e o Batismo. Algumas confissões reformadas consideram os demais “sacramentos” como rito sacramentais, que mesmo não tendo sido instituídos por Cristo tem o “peso” da Igreja e contém princípios bíblicos valorosos que podem ser incluídos o conceito de “missão sacramental” sendo eles, a confirmação (profissão de fé), Penitencia, unção (oração) pelos enfermos, ordens e o casamento. Os dois últimos especialmente têm um mandato bíblico claro que envolve diretamente a missão da igreja. (Tito 1:7; 1 Tm 3:2; Gn 23:24)
O ser humano é o sinal mais perfeito da Criação. Ele é um ser sacramental porque foi criado à imagem e semelhança do próprio Deus. Todos os outros sinais, para serem entendidos, supõem um relacionamento em profundidade entre o homem, o mundo e Deus. O ser humano é o destinatário da missão da Igreja. Evangelizado se torna, ele próprio, sinal de Jesus Cristo em meio ao mundo. A igreja der Jesus Cristo, é a extensão do próprio Cristo a sua face perceptível nesse mundo e tem como propósito a mesma missão de Jesus, mostrar a face do Pai. Conhecida como seu corpo místico, ela tem como membresia todos aqueles que introduzidos nela pelo batismo (sacramento) formam um corpo, um sacerdócio santo e, sua mais profunda e pertinente marca é a sua ação missionária que prega o arrependimento e a aceitação do sacrifício de Cristo como único meio de graça para a salvação e isso, sem qualquer sombra de duvidas é parte de sua missão sacramental.
A face sacramental da igreja realiza a missão de Jesus. E, como dissemos, o batismo vai ser parte precisa dessa missão pois tem como prerrogativa não ser apenas um rito de passagem e sim, envolver o ensino e o multiplicar discípulos, cumprindo a grande comissão que considero a mais sacramental das missões a saber, cumprir o maior desejo do Pai, “que nenhum se perca”. (Mt 18:14; Jo 6:39). A Missão de levar as pessoas a Cristo, ensiná-las e batizá-las é a missão de cada membro da igreja e assim entra na perspectiva da missão sacramental.
É importante esclarecer que a missão sacramental ou o fato de nossa igreja ser uma igreja sacramental, nada tem a ver necessariamente com o caráter solene, litúrgico ou formal das celebrações. Podem existir comunidades que se expressam dentro de uma perspectiva litúrgica bem (pesada, formal, solene etc.) e ao mesmo tempo não tenha nenhum envolvimento com a missão sacramental. Ao mesmo tempo que igrejas sem uma tradição litúrgica histórica e de expressão mais contemporânea podem estar totalmente envolvidas coma missão sacramental. Resumindo isso posso dizer que o conceito de “Missão Sacramental” ou igreja sacramental, não é necessariamente igual a igreja litúrgica ou tradicional.
A Missão sacramental se expressa nas palavras de Jesus em Mateus 28:18-20 sendo esse o maior sinal de que a igreja está associada com o sentido real do que significa sacramento, ordenança, mistério. A Igreja sacramental entende que no batismo somos inseridos no corpo e convocados, como membros desse corpo, a cumprir os propósitos de Deus. Ela se vê como instrumento e meio e nunca como fim em si mesmo. Na Ceia do Senhor (eucaristia) ela entende que este sacramento nos faz relembrar o sacrifício e celebrar a ressurreição do Senhor Jesus e, em nenhuma hipótese pode deixar que tudo isso seja em vão. Assim, ela entende que sua missão está totalmente envolvida com esses sacramentos e que eles são também a fonte de sua inspiração.
Miguel Uchoa
Arcebispo e Primaz
Igreja Anglicana no Brasil
Bispo Diocesano de Recife
Reitor da PAES
[1] Arnaldo Schuler_ Dicionário enciclopédico de teologia.
Se o Senhor não edificar a casa, os que a construírem trabalharão em vão. A menos que o Senhor cuide da cidade, o vigia fica acordado em vão. Salmo 127:1
Introdução:
Como Arcebispos e Primazes da Comunhão Anglicana, viemos a Sydney, Austrália, para oração, adoração e comunhão. Estavam também presentes os líderes de nossos capítulos regionais e trabalhamos juntos para apoiar o ministério de nosso povo. Nossas províncias e capítulos representam 50 milhões dos 70 milhões de anglicanos ativos da Comunhão. Agradecemos a generosa hospitalidade do Arcebispo Glenn Davies e da Diocese Anglicana de Sydney que nos recebeu.
Nosso foco principal esta semana foram as grandes tarefas da missão e evangelismo. Como uma irmandade global, estamos singularmente posicionados para apoiar uns aos outros no ministério para um mundo onde a imigração em massa e a globalização estão reformulando nossos países. Há bilhões que nunca ouviram as Boas Novas de Jesus Cristo e o campo está maduro para a colheita. Neste novo mundo todo crente tem um papel na pregação de Cristo fielmente às nações. Há ainda mais quem ouviu, mas não entendeu. Em muitas situações, o principal desafio não é a ignorância, mas a incredulidade. Pedimos a vocês que se juntem a nós em oração para um novo derramamento do poder do Espírito Santo para penetrar nos corações e mentes daqueles que ainda não creram.
Transições de Liderança
Nosso tempo juntos começou na segunda-feira à noite quando nos reunimos para o jantar. Agradecemos pelo trabalho sacrificial de nossa equipe de liderança: o arcebispo Nicholas Okoh, da Nigéria (presidente), o arcebispo Stanley Ntagali, de Uganda (vice-presidente) e o arcebispo Peter Jensen, da Austrália (secretário geral). Pela graça de Deus, durante esta última temporada de nossa vida juntos, suas mãos firmes nos guiaram, e por causa de sua fidelidade, temos visto o movimento crescer de força em força.
Instalamos o Arcebispo Foley Beach, da Arcebispo e Primaz da Igreja Anglicana da América do Norte, como o novo Presidente do Conselho dos Primazes e nos reunimos em torno dele para um tempo de oração e comissionamento. Esta foi a primeira reunião do Conselho para o Arcebispo Ben Kwashi da Nigéria, o Secretário Geral, que assumiu este cargo em janeiro. Os Arcebispos Beach e Kwashi dividiram a presidência da reunião e também elegemos o Arcebispo Laurent Mbanda, de Ruanda, para servir como Vice-Presidente do Conselho. Por favor, junte-se a nós em oração enquanto eles nos guiam nos próximos anos.
Além disso, foi uma alegria dar as boas vindas ao Arcebispo Jackson Ole Sapit, Primaz do Quênia, ao Conselho dos Primazes.
Crescimento das Redes
Nosso compromisso comum com o evangelho nos fornece a energia e a liberdade necessárias para a missão. Nossas redes de base estão fazendo um trabalho emocionante em nove áreas diferentes e ouvimos atualizações sobre o progresso de cada uma delas. Regozijamo-nos por ver as redes trabalhando juntas para cumprir nosso compromisso em Jerusalém no ano passado “de proclamar Cristo fielmente às nações”.
Nosso trabalho em toda a sua variedade é fortalecido pela oração através dos tópicos diários fornecidos pela Rede de Oração e nos alegramos em ver como as redes já estão trazendo um novo ímpeto. Na Nova Zelândia, a Força-Tarefa de Advogados aconselhou sobre a Constituição e os cânones de uma nova diocese anglicana, enquanto a estratégia de missão foi enriquecida tanto na Nova Zelândia quanto na Irlanda, consultando a rede de plantação de igrejas.
Na América Central e do Sul, a Rede de Plantação de Igrejas está trabalhando com a Igreja Anglicana no Brasil para estabelecer novas igrejas em áreas além do Brasil, onde o testemunho anglicano foi comprometido.
Vemos a Rede de Parcerias da Missão Global sendo um catalisador para novas iniciativas evangelísticas, especialmente na África Oriental. A liderança em torno da Comunhão está sendo fortalecida através do Instituto de Treinamento dos Bispos, que agora tem uma rede de mais de cem bispos que se beneficiaram dessas conferências de treinamento.
Através da Rede de Desenvolvimento Sustentável, trabalhando em conjunto com as agências anglicanas parceiras e a liderança da igreja local, um generoso financiamento foi levantado para alívio de emergência e recuperação em Moçambique após o desastre do ciclone Idai em março. Também ficamos satisfeitos em saber que a Rede de Ministérios da Juventude e da Criança lançou recentemente uma plataforma on-line para o compartilhamento de recursos de ensino e adoração para equipar líderes que têm a tarefa vital de transmitir a fé para uma nova geração.
No início deste ano, alguns de nós nos encontramos em Dubai e tivemos a alegria de compartilhar a comunhão com anglicanos fiéis em situações restritas. Eles solicitaram que uma rede para apoiar aqueles em circunstâncias semelhantes fosse desenvolvida. Afirmamos entusiasticamente este desejo e a Rede da Igreja Sofredora nos permitirá compartilhar do sofrimento daqueles que demonstram tal resiliência e até alegria diante de severas provações.
Estamos profundamente angustiados e tristes com os terríveis ataques recentes no Sri Lanka, especificamente contra cristãos, e as lesões resultantes e trágicas perdas de vidas. Nós nos solidarizamos com nossos irmãos e irmãs em Cristo que foram atacados. Nós também oramos por aqueles que perpetram tais ataques, e oramos para que eles cheguem ao arrependimento. Agradecemos a resposta robusta do governo do Sri Lanka e suas medidas para proteger todos os cidadãos amantes da paz da nação insular.
Lambeth 2020
Fomos lembrados das palavras de Jeremias 6:14: “Eles curaram a ferida do meu povo de ânimo leve, dizendo: ‘Paz, paz’, quando não há paz.” No ano passado, em Jerusalém, nossos delegados pediram que não participássemos da Lambeth 2020 se a ordem divina na Comunhão não tiver sido restaurada. Eles respeitosamente apelaram ao Arcebispo de Cantuária para efetuar as mudanças necessárias que estejam dentro de seu poder e responsabilidade.
Ainda não recebemos uma resposta do Arcebispo de Cantuaria. Observamos que, como está atualmente, a conferência deve incluir províncias que continuam a violar a Resolução I.10 de Lambeth, colocando a própria conferência em violação de sua própria resolução: não manter a fidelidade no casamento e legitimar práticas incompatíveis com as Escrituras. Essa incoerência rasga ainda mais o tecido da Comunhão Anglicana e mina as bases para a reconciliação.
Conferência dos Bispos Gafcon de 2020
Por um lado, não temos interesse em tentar rivalizar com Lambeth em 2020. Por outro lado, não queremos que nossos bispos sejam privados de comunhão fiel enquanto esperamos que a ordem na Comunhão seja restaurada. Por isso, decidimos convocar uma reunião de bispos da Comunhão Anglicana em junho de 2020. A conferência será planejada principalmente para aqueles que não estarão presentes em Lambeth, mas todos os bispos da Comunhão Anglicana que subscreverem a Declaração de Jerusalém e A Resolução de Lambeth I.10 são convidados a participar neste período de ensino, adoração e comunhão. Nos encontraremos de 8 a 14 de junho em Kigali, Ruanda, e seremos recebidos pelo Arcebispo Laurent Mbanda e pela Igreja Anglicana de Ruanda.
Relatórios dos capítulos
Recebemos atualizações de cada uma das nossos capítulos do Gafcon. Um fio comum ao longo destes relatórios foi o conforto que cada um expressou em saber que eles não estão sozinhos.
Nova Zelândia
Com a recente decisão do Sínodo Geral da Igreja Anglicana de Aotearoa, Nova Zelândia e Polinésia de permitir a bênção de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e uniões civis, agradecemos pelas pessoas e igrejas que permaneceram fiéis e corajosas nestas ilhas. Apoiamos aqueles que, em sã consciência, se sentem incapazes de permanecer dentro de uma Igreja que tenha tomado tal decisão. Afirmamos a criação de uma nova diocese e reconhecemos como autenticamente anglicanos. Esta nova diocese os manterá dentro da Comunhão Anglicana e eles se relacionarão diretamente com o Gafcon. Também afirmamos a consagração de um novo bispo para supervisionar e apoiar a nova diocese.
Europa e Reino Unido
As províncias anglicanas nesta região ficaram confusas e comprometidas pelas ondas de mudança cultural. Somos encorajados pela crescente adesão da Gafcon UK. Como dissemos em 2017, “Acreditamos que a complexidade da situação atual na Europa não admite uma solução única. Cristãos fiéis podem ser chamados para diferentes cursos de ação. Abençoamos aqueles cujo contexto e consciência os levaram a permanecer e disputar a fé dentro das estruturas atuais. ”Ao mesmo tempo, aprovamos a criação de um distrito missionário para a Europa, a fim de promover o trabalho do evangelho, atendendo às necessidades dos cristãos. o crescente número de congregações anglicanas fora dessas províncias.
África do Sul
Nós ouvimos de anglicanos na África do Sul que estão tomando medidas para construir a unidade entre os fiéis no país. A liberdade religiosa e a liberdade de associação estão sendo ameaçadas na sociedade sul-africana. A fluência do compromisso, tanto na sociedade sul-africana em geral como na Igreja Anglicana da África Austral em particular, tem sido constante. Após décadas de estranhamento, membros da Igreja Anglicana Evangélica Reformada da África do Sul (REACH-SA) e membros fiéis da Igreja Anglicana da África do Sul estão se unindo. Eles relataram que a Conferência de Jerusalém foi uma poderosa oportunidade para aprofundar sua comunhão.
Austrália
As questões de liberdade religiosa que afetaram a África do Sul também afetaram a vida secular e religiosa da Austrália. O Sínodo Geral da Igreja Anglicana da Austrália se reunirá novamente em 2020, e é provável que alguns se esforcem para redefinir o casamento. O Gafcon Austrália está trabalhando para manter a fidelidade bíblica de sua província nas questões de sexualidade e ordem da igreja. Também ouvimos relatos encorajadores da irmandade entre o Gafcon Austrália e a FCA Nova Zelândia, uma vez que se apoiaram mutuamente no último ano. Sua parceria tem sido um modelo de comunhão regional que recomendamos ao movimento mais amplo.
Gana
Em 2008, o Primaz da África Ocidental, o Most Rev. Justice Offei Akrofi, foi um dos membros fundadores do movimento Gafcon. Os membros da Igreja da Província da África Ocidental estiveram presentes em cada uma das Conferências (GAFCON). A Diocese de Sunyani assumiu agora a liderança no desenvolvimento do Capítulo oficial do movimento em Gana. Um conselho de sete membros foi formado sob a liderança do Bispo Festus Yeboah Asuamah.
Irlanda
A filial irlandesa, lançada em Belfast há pouco mais de um ano, está concentrando seus esforços na educação teológica e na plantação de igrejas. Em dezembro, mais de 50 estagiários do clero e do ministério participaram de um internato de 48 horas sobre o anglicanismo reformista e, no início de 2019, mais de 180 participaram de um curso de três semanas em Teologia Bíblica. As fundações para uma nova iniciativa de plantação de igrejas estão sendo postas em prática e detalhes específicos sobre pessoal e localização devem ser concluídos até o final de 2019. Preparativos também estão sendo feitos para uma grande Convenção Bíblica em abril de 2021 para leigos e clérigos.
Mulheres no Episcopado
Os Primazes receberam o Relatório Provisório do Grupo de Trabalho sobre Mulheres no Episcopado, resultado de um estudo abrangente de quatro anos, e afirmaram sua recomendação de que “as províncias de Gafcon devem manter a prática histórica de consagração somente de homens como bispos até e a menos que um forte consenso para mudar emerge após a oração, consulta e estudo contínuo das Escrituras entre a irmandade Gafcon. ”Autorizamos a Força-Tarefa a continuar esta consulta.
Conclusão
Gafcon é um movimento “para guardar e proclamar a verdade imutável em um mundo em mudança”. Como ouvimos esta semana, muitos ao redor do mundo estão sendo jogados de um lado para o outro por ondas de confusão, e soprados pelo vento da última moda. falsa doutrina. Muitos estão em necessidade desesperada de Jesus, que é o único que pode trazer salvação. Por favor, levante sua Igreja diariamente em suas orações, ore por nós enquanto procuramos liderar, e junte-se a nós em proclamar Cristo fielmente às nações.
Chegamos até vocês para cumprir com o nosso ministério pastoral e profético de anunciar o Reino de Deus e denunciar toda injustiça e tudo aquilo que se levante contra os valores de Reino. Para tal nesse período eleitoral e decisivo da nossa nação, recomendamos:
Exercer a sua cidadania – Todo(a) brasileiro(a) devidamente habilitado(a) pode e deve exercer o direito de escolher um candidato. Mas como parte da liberdade democrática, ninguém é obrigado a votar em ninguém.
Atentem para a importância da eleição- Os candidatos proporcionais (deputados e senadores), serão os responsáveis por criar e homologar as leis que nos afetarão diretamente. Em cada aspecto deve ser levado em consideração seus posicionamentos.
Serenidade diante de todo Tumulto. A campanha eleitoral está acirrada. Como fato único na história do Brasil, um candidato foi vítima de atentado contra sua vida. A serenidade é necessária diante de tanta confusão estabelecida nessa disputa. Recomendamos pensar e não se deixar manipular pelos discursos e promessas que são as mesmas a cada quatro anos.
Entender que obrigação não é proposta- Os candidatos a cada eleição afirmam com altivez que vão defender os recursos para EDUCACÃO-SAÚDE-COMBATE A VIOLENCIA- SEGURANÇA. Lembrem que essas são parte das obrigações constitucionais do Estado e não benefícios que eles trarão. Eles são OBRIGADOS a fazer isso. Seu candidato e seus apoiadores colocam esses temas como sendo uma grande proposta pessoal deles e não obrigação do Estado e de sua função de parlamentar.?
Não se deixar manipular. Sugerimos fazer uma breve pesquisa sobre o candidato e seus apoiadores, quem eles são, onde estavam e com que palanque estavam associados na ultima eleição. Poderá haver surpresa, candidatos que acusavam os que hoje são seus aliados de toda sorte de males e hoje passeiam de mãos dadas pedindo seu apoio tem se tornado comum. Eles mudaram e sempre mudam, e você mudou com eles por isso?
Priorizar princípios e valores. Os valores Judaicos-cristãos são a base da sociedade ocidental. Você como cristão deve lutar para preservá-los. É verdade que não estamos elegendo padres nem pastores e sim presidente e legisladores. Mas esses legisladores estão entrando nos nossos lares e contra o direito da família, têm tentado educar nossos filhos através da criação de leis e estratégias dentro do sistema educativo. Não sejamos ingênuos, o mal não se apresenta raivoso, mas sonso e cínico. O que pensam o seu Candidato ou seus apoiadores a esse respeito? Abaixo alguns desdobramentos dos Princípios e valores que defendemos como cristãos
Valores da família- A cristandade crê na família como a união de um homem e uma mulher com o propósito de ser feliz, de procriar e encher a terra da graça de Deus. Rejeitamos veementemente o que tem se chamado de “ideologia de gênero” abusando emocionalmente nossas crianças. A criação de uma criança sem a presença masculina e a feminina traz malefícios comprovados cientificamente há muito. O que defendem os seus candidatos e seus apoiadores a esse respeito?
Valores éticos – A honestidade e a integridade são valores inegociáveis. Os candidatos devem ter seus nomes limpos e nunca terem atentado contra o erário público, que drena as riquezas da nação. Recentemente vimos o nosso país ser alvo do maior escândalo de corrupção da história e talvez do mundo. Seu candidato ou seus apoiadores estão entre eles?
Valores da vida – Como cristãos defendemos a vida e somos contra a interrupção da gravidez em qualquer fase dela, desde a fecundação. Entendemos o aborto como o assassinato de um não nascido indefeso. O que seus candidatos e seus apoiadores pensam sobre isso?
Valores da justiça – Justiça na compreensão do evangelho é “fazer a coisa certa”, o cristianismo defende a igualdade de oportunidade para todos e o cuidado com os mais desprovidos e marginalizados da sociedade. Rejeitamos as sociofobias seja homo, hétero ou de qualquer tipo. Todos devem ser iguais perante a lei e todos devem ter deveres e direitos.
Defender a livre iniciativa e o direito à propriedade – O Estado tem suas obrigações e a iniciativa privada deve ter sua liberdade. Defendemos a economia de mercado e entendemos que o Congresso Nacional e a Presidência da República tem o dever de promover uma economia equilibrada, fortalecer o acesso ao crédito, valorizar as riquezas nacionais, diminuir o tamanho do Estado para que haja geração de empregos que trará uma sociedade mais justa e preservar o direito à propriedade combatendo as invasões dessas mesmas.
Entender que não há candidatos “ungidos” – A política é uma atividade nobre e deve ser exercida para o povo e em benefício dele. A Igreja não deve ser “cabo eleitoral”. A lei proíbe o uso da estrutura das religiões e da fé como plataforma de lançamento de candidatos. Estamos elegendo pessoas para fazer o bem da nação e não da minha religião. Qual a prática de seu candidato e de seus apoiadores a esse respeito?
Denunciar toda forma de corrupção. Ela destrói as bases produtivas e a economia da nação, drenando seus recursos e evitando que eles sejam utilizados em prol das obrigações inerentes ao Estado. Seu candidato ou seus apoiadores estão ou estiveram envolvidos em corrupção?
Defender o Estado Laico, mas não ateu- O Estado laico defende a liberdade religiosa e não prioriza nenhuma delas. Temos visto uma tentativa de se criar um Estado “Cristianofóbico”. Qual a postura de seu candidato e de seus apoiadores quanto a isso?
Rejeitar a legalização do consumo de drogas- Entendemos que o que gera o tráfico de drogas são os consumidores. Muitos deles são vítimas outros são protagonistas e, conscientes ou não, se tornam os associados indiretos dos traficantes, sem consumidores não haverá tráfico. As drogas tem sido a causa de muitos dos maiores males que vive a sociedade mundial. Como Igreja temos lutado com nossas forças com ou sem apoio do Estado na criação de redes de apoio e casas de recuperação d usuários de drogas. Entendemos que a educação e uma família equilibrada são o maior antidoto contra o uso de drogas. Essa tem sido a missão da Igreja. O que seu candidato e seus apoiadores pensam sobre isso?
Escolher candidatos- Existem candidatos e partidos que facilmente podem ser identificados dentro dessas recomendações. A escolha será sempre de cada um de nós, e as consequências da mesma forma, sempre serão sofridas por cada um de nós.
“Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores para privar os pobres dos seus direitos e da justiça” (Isaías 10, 1)
Colégio Episcopal da Igreja Anglicana no Brasil
Revmo. Miguel Uchoa Bispo Primaz Diocese de Recife (PE)
Revmo. Evilásio Tenório Bispo Auxiliar Diocese de Recife (PE)
Revmo. Marcio Medeiros Meira Diocese de João Pessoa (PB)
Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. At 1:8 Saudações da terra do nascimento, ministério, morte, ressurreição e ascensão de nosso glorioso Senhor Jesus Cristo. A terceira Conferência Global Anglicana do Futuro (GAFCON) foi realizada em Jerusalém em junho de 2018, uma década após a inauguração da GAFCON em 2008. O GAFCON 2018, um dos maiores encontros anglicanos globais, reuniu 1.950 representantes de 50 países, incluindo 316 bispos, 669 outro clero e 965 leigos. Uma unanimidade de espírito se refletiu em toda a Conferência quando nos encontramos com Deus na presença de amigos de longe. Celebramos a adoração alegre, participamos de orações em pequenos grupos e fomos inspirados por apresentações, redes e seminários.
Nos reunimos em torno do tema “Proclamar a Cristo fielmente às nações”. Cada dia começava com a oração comum e a exposição bíblica de Lucas 22-24, seguidas de sessões plenárias sobre o evangelho de Deus, a Igreja de Deus e o mundo de Deus.
PROCLAMANDO O EVANGELHO DE DEUS
Renovamos nosso compromisso de proclamar o evangelho do Deus trino em nossas igrejas e em todo o mundo. Nosso Presidente nos lembrou em seu discurso de abertura: “O evangelho de Deus é a mensagem que transforma a vida da salvação do pecado e de todas as suas consequências através da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. É tanto uma declaração quanto uma convocação: anunciar o que foi feito por nós em Cristo e nos chamar para o arrependimento, fé e submissão ao seu senhorio. ”Envolve a restauração e a reafirmação dos propósitos criativos originais de Deus. É dirigido a homens, mulheres e crianças e é a nossa única esperança à luz do julgamento final e da realidade do inferno.
Este é o evangelho de Deus, o evangelho concernente ao seu Filho (Romanos 1: 1–3). O centro da mensagem do evangelho é essa pessoa, Jesus Cristo, e tudo o que ele fez por meio de sua vida perfeita, a morte expiatória, a ressurreição triunfante e a ascensão gloriosa. Em nossas exposições diárias, seguimos o caminho de Jesus dos julgamentos de Pilatos e dos líderes judeus, até a sua morte por nós na cruz, a quebra dos laços da morte na manhã de Páscoa e a comissão aos discípulos para proclamar “arrependimento”. para o perdão dos pecados em seu nome a todas as nações ”(Lucas 24:47). A singularidade de Jesus Cristo está no coração do evangelho: “não há salvação em nenhum outro, porque nenhum outro nome debaixo do céu é dado à humanidade pelo qual devemos ser salvos” (Atos 4:12). O evangelho nos confronta no meio da nossa confusão e pecado, mas não nos deixa lá. Inclui uma convocação ao arrependimento e um chamado para crer no evangelho (Marcos 1:15), que resulta em uma vida cheia de graça. O Cristo ascenso deu seu Espírito para capacitar seus discípulos a levar este evangelho ao mundo.
Contudo, a proclamação fiel deste evangelho está sob ataque de fora e dentro, como tem sido dos tempos apostólicos (Atos 20: 28-30).
Os ataques externos incluem práticas supersticiosas de sacrifícios e libações que negam a suficiência do sacrifício de Cristo. Algumas religiões negam a pessoa única e a obra de Cristo na cruz, e outras são inatamente sincretistas. O secularismo procura excluir Deus de todo discurso público e desmantelar a herança cristã de muitas nações. Isso tem sido mais óbvio na redefinição do que significa ser humano, especialmente nas áreas de gênero, sexualidade e casamento. A desvalorização da pessoa humana através da defesa do aborto e da eutanásia é também um assalto à vida humana criada unicamente à imagem de Deus. Formas militantes de religião e secularismo são hostis à pregação de Cristo e perseguem seu povo.
Internamente, o “evangelho da prosperidade” e o revisionismo teológico buscam maneiras diferentes de reformular o evangelho de Deus para acomodar a cultura circundante, resultando em um sincretismo sedutor que nega a singularidade de Cristo, a gravidade do pecado, a necessidade de arrependimento e a autoridade final. da Bíblia.
Tragicamente, tem havido uma falha de liderança em nossas igrejas para lidar com essas ameaças ao evangelho de Deus. Nós nos arrependemos do nosso fracasso em levar a sério as palavras do apóstolo Paulo: “Vigiai a vós mesmos e a todo o rebanho de que o Espírito Santo vos constituiu superintendentes. Seja pastores da igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que depois que eu sair, lobos selvagens entrarão entre vocês e não pouparão o rebanho. Mesmo a partir do seu próprio número, os homens se levantarão e distorcerão a verdade a fim de atraírem os discípulos atrás deles ”(Atos 20: 28-30).
Dedicamo-nos novamente a proclamar fielmente às nações, trabalhando juntos para guardar o evangelho confiado a nós por nosso Senhor e seus apóstolos.
REFORMAR A IGREJA DE DEUS
O evangelho de Deus cria a igreja de Deus. Por meio do convite do evangelho, Deus chama todas as pessoas à comunhão com seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. À medida que a palavra do evangelho é revelada no poder do Espírito Santo, eles respondem através do trabalho do Espírito Santo para se arrependerem, crerem e serem batizados, e assim serem unidos ao corpo de Cristo que é a sua igreja (Atos 2: 37- 44; 1 Coríntios 12: 12-13). Como membros do corpo de Cristo, são santificados nele, chamados a viver uma vida de santidade e ser sal e luz no mundo.
Um orador da Conferência nos lembrou: “Nos conselhos da igreja, não devemos imitar os caminhos do mundo, mas nos reunir para orar, louvar (ou seja, ser eucarístico), consultar, decidir e, se necessário, disciplinar. Esses encontros devem ser propriamente conciliares na natureza, decisivos para levar a igreja adiante em sua missão e vida comum. Deve haver a vontade de exercer disciplina amorosa, mas firme, para levar os pecadores ao arrependimento e à restauração ”. Da mesma forma, no nível da Comunhão, há momentos em que a liderança deve se unir para exercer sua responsabilidade de disciplinar uma província membro errante.
Por algum tempo, nossa Comunhão tem sido ameaçada por líderes que negam o senhorio de Cristo e a autoridade das Escrituras. No final do século XX, a sexualidade humana tornou-se a questão de apresentação.
A Conferência de Lambeth de 1998, por grande maioria (526 a 70), aprovou a Resolução I.10 sobre Sexualidade Humana, que afirmava o ensinamento de Jesus em Mateus 19 de que existem apenas duas expressões de sexualidade fiel: casamento duradouro entre homem e mulher ou abstinência. A resolução justamente apelou para o cuidado pastoral para pessoas atraídas pelo mesmo sexo. Ao mesmo tempo, descreveu a prática homossexual como “incompatível com a Escritura” e rejeitou tanto a autorização de rituais do mesmo sexo pela Igreja quanto a ordenação de pessoas do mesmo sexo.
A Resolução I.10 de Lambeth refletia a crescente influência do Sul Global na Comunhão. O terreno para a Resolução foi preparado pela Declaração de Kuala Lumpur, de 1997, da Rede Sul Anglicana Global. Nossa colaboração com a Rede Global do Sul está em andamento e seus líderes participaram ativamente desta Conferência.
A subsequente rejeição de Lambeth I.10 em palavras e ações pela Igreja Episcopal dos EUA e mais tarde por algumas outras províncias anglicanas levou a uma “ruptura [no] tecido da Comunhão em seu nível mais profundo”, seguida por dez anos de reuniões fúteis. em que os quatro Instrumentos de Comunhão não conseguiram exercer a disciplina necessária. A Reunião dos Primazes repetidamente pediu a estas províncias que se arrependessem e voltassem à fé. No entanto, seus esforços foram prejudicados por outros instrumentos de comunhão, culminando com o fracasso do Escritório do Arcebispo de Cantuária de realizar o consenso claro da Reunião dos Primazes em Dar es Salaam, em 2007.
Na Declaração e Declaração de Jerusalém, a Conferência Futura Global Anglicana de 2008 aceitou o desafio de restaurar a autoridade bíblica (e o ensino sobre a sexualidade humana em particular), afirmando a primazia da Bíblia como a Palavra de Deus escrita e voltando às outras fontes de Identidade anglicana – os credos e conselhos da antiga igreja, os 39 artigos, o Livro de Oração Comum de 1662 e o Ordinal. A Conferência também constituiu um Conselho de Primazes e autorizou-a a reconhecer as igrejas anglicanas em áreas onde os anglicanos ortodoxos haviam sido privados de sua propriedade da igreja e deposto de ordens sagradas.
Durante os últimos vinte anos, os Instrumentos de Comunhão não apenas falharam em defender a disciplina divina, mas seus representantes se recusaram a reconhecer nossas preocupações e escolheram, em vez disso, rebaixar a GAFCON como um grupo de pressão de uma única questão e acusá-la de promover cismas. Na verdade, os cismáticos são aqueles que se afastaram do ensino da Bíblia e da doutrina histórica da Igreja. Slogans como “andar juntos” e “boa discordância” são perigosamente enganosos na tentativa de persuadir as pessoas a aceitar o falso ensinamento na Comunhão.
Lamentamos a situação de nossa Comunhão global, uma vez que ela foi impedida de cumprir sua tarefa designada por Deus de alcançar o mundo para Cristo. Nós nos arrependemos de nossos próprios fracassos em permanecer firmes na fé (1 Coríntios 16:13). Mas não perdemos a esperança para o futuro e observamos que há um forte apoio para a reforma de nossa Comunhão. Antes do GAFCON 2018, os delegados afirmaram esmagadoramente as seguintes proposições:
A Resolução de Lambeth I.10 reflete o ensino imutável da Bíblia;
o movimento GAFCON deve continuar fiel à Declaração de Jerusalém;
o Conselho dos Primazes deve continuar a reconhecer as jurisdições anglicanas confessantes.
Nos últimos vinte anos, vimos a mão de Deus nos conduzindo a um reordenamento da Comunhão Anglicana. GAFCON afirmou desde o início: “Nós não estamos deixando a Comunhão Anglicana; somos a maioria da Comunhão Anglicana procurando permanecer fiéis à nossa herança anglicana. ”Como declarou o Arcebispo Nicholas Okoh no Conselho Sinodal inaugural: “Estamos apenas fazendo o que a liderança da Comunhão deveria ter feito para defender sua própria resolução em 1998 ”.
Damos graças pela coragem piedosa de nossos Primazes GAFCON em disputar a fé de uma vez por todas entregue aos santos. Aplaudimos a decisão deles de autenticar e reconhecer as províncias da Igreja Anglicana na América do Norte e da Igreja Anglicana no Brasil, para reconhecer a Missão Anglicana na Inglaterra e para consagrar um Bispo Missionário para a Europa. Isso se tornou necessário por causa do afastamento da fé pela Igreja Episcopal, pela Igreja Anglicana do Canadá, pela Igreja Episcopal do Brasil e pela Igreja Episcopal Escocesa. Na GAFCON 2018, ouvimos muitos testemunhos de fiéis anglicanos que foram perseguidos por aqueles que ocupam cargos em suas respectivas províncias, simplesmente porque não se renderiam nem seriam comprometidos pelo falso evangelho que esses líderes professam e promovem.
Como o movimento GAFCON amadurece, também viu a necessidade de uma estrutura mais conciliar de governança. Apoiamos a formação das Filiais GAFCON, quando necessário, e de um Painel de Assessores, compreendendo bispos, clérigos e representantes leigos de cada Província e Filial GAFCON, para fornecer conselhos e conselhos ao Conselho dos Primazes. Juntamente com os Primazes, o Painel de Assessores forma um Conselho Sínodo para trazer recomendações para a Assembléia GAFCON. O Conselho Sinódico reuniu-se pela primeira vez nesta Conferência.
À luz das recomendações do Conselho Sinódico, nós respeitosamente exortamos o Arcebispo de Canterbury
convidar como membros de pleno direito para os bispos Lambeth 2020 da Província da Igreja Anglicana na América do Norte e da Província da Igreja Anglicana no Brasil e
não convidar bispos daquelas Províncias que tenham endossado por palavras ou atos de práticas sexuais que estão em contradição com o ensino das Escrituras e a Resolução I.10 da Conferência de Lambeth de 1998, a menos que se arrependam de suas ações e invertem suas decisões.
Caso isso não ocorra, pedimos aos membros da GAFCON que recusem o convite para participar do Lambeth 2020 e de todas as outras reuniões dos Instrumentos de Comunhão.
ALCANÇANDO PARA O MUNDO DE DEUS
Nosso tema da conferência tem sido “Proclamar a Cristo fielmente às nações”. Recebemos o evangelho por meio do testemunho fiel das gerações anteriores. Ainda há bilhões de pessoas que estão sem Cristo e sem esperança. Jesus ensinou a seus discípulos: “este evangelho do reino será proclamado em todo o mundo como um testemunho a todas as nações” (Mateus 24:14).
Nós nos arrependemos pelos tempos e épocas em que somente pregamos para nós mesmos e não abraçamos a difícil tarefa de ir além dos nossos próprios grupos culturais em obediência ao chamado de Deus para ser uma luz para as nações (cf. Atos 13:47). Com fé e obediência, nos alegremente reafirmamos com a fiel proclamação do evangelho.
A fim de expandir nossa capacidade de proclamar fielmente as nações de Cristo em palavras e ações, lançamos nove redes estratégicas.
Educação Teológica : Promover um treinamento teológico eficaz em toda a Comunhão Anglicana
Plantação de Igrejas : Expandir o plantio de igrejas como estratégia global de evangelização
Parcerias Missão Global : Promover parcerias estratégicas de missão transcultural em um mundo globalizado
Pastoral Juvenil e Infantil : Ser um catalisador para a missão de jovens e crianças de todas as nações, para que se tornem fiéis discípulos de Jesus Cristo.
União das Mães : Expandir o potencial deste ministério global para promover padrões bíblicos de casamento e vida familiar
Desenvolvimento Sustentável : Estabelecer parcerias globais que trabalham com a igreja local para trazer desenvolvimento sustentável e transformador
Instituto de Treinamento dos Bispos : Para servir à formação de uma liderança episcopal fiel e eficaz em toda a Comunhão
Força-Tarefa dos Advogados : Para abordar questões de liberdade religiosa e assuntos de interesse para advogados e Chanceleres Anglicanos e para promover os objetivos da Declaração de Jerusalém
Rede de Intercessores : Para inspirar e desenvolver redes de oração intercessoras regionais e nacionais globalmente conectadas
No mundo para o qual iremos proclamar o evangelho, encontraremos muito que necessitará que andemos em veredas de retidão e misericórdia (Oséias 2:19; Miqueias 6: 8). Comprometemo-nos a encorajar uns aos outros a dar força aos perseguidos, voz aos sem voz, defesa dos oprimidos, proteção dos vulneráveis, especialmente mulheres e crianças, generosidade aos pobres e continuação da tarefa de fornecer excelente educação e saúde . Conforme apropriado, incentivamos a formação de outras redes para ajudar a resolver esses problemas.
NOSSO FUTURO ANGLICANO GLOBAL
Para proclamar o evangelho, precisamos primeiro defender o evangelho contra ameaças externas e internas. Testificamos as extraordinárias bênçãos desta Conferência, que nos leva a chamar ainda mais a Deus, para que a Comunhão Anglicana se torne um poderoso instrumento nas mãos de Deus para a salvação do mundo. Convidamos todos os anglicanos fiéis a se unirem a nós neste grande empreendimento de proclamar fielmente às nações.
Agora, àquele que é capaz de fazer imensamente mais do que tudo o que pedimos ou imaginamos, de
acordo com o seu poder que está em ação dentro de nós, para ele seja glória na igreja
e em Cristo Jesus por todas as gerações, para todo o sempre! Um homem.
Efésios 3: 20-21
GLOSSÁRIO
Conciliar – Trabalhando como um conselho da igreja
Filiais GAFCON – Uma Filial pode ser estabelecida por solicitação ao Conselho GAFCON Primates em uma província cujo Primaz não é um membro do Conselho GAFCON Primates.
Primazes GAFCON – Primazes que endossaram a Declaração de Jerusalém e foram admitidos no Conselho de Primazes GAFCON.
Províncias GAFCON – Províncias cuja Casa dos Bispos ou Sínodo Provincial endossou a Declaração de Jerusalém e cujo Primaz é um membro do Conselho de Primazes GAFCON.
Painel de Conselheiros – consiste de um bispo, um clero e um representante leigo de cada Província GAFCON e Filial GAFCON, que dão conselhos e conselhos aos Primazes GAFCON.
Encontro de Primazes – Uma reunião de Primazes convocada pelo Arcebispo de Canterbury
Conselho Sinódico – Consiste no Painel de Assessores e no Conselho GAFCON Primates reunidos para fazer recomendações à Assembléia GAFCON
Sou Bispo da Igreja Anglicana no Brasil – Diocese de Recife e Reitor da PAES, Paróquia Anglicana Espírito Santo em Piedade Jaboatão dos Guararapes PE. Quero expressar nossa posição para que sempre haja clareza nos fatos. A igreja Anglicana não tem uma palavra única, não tem um Papa infalível e nem a palavra de seus lideres representam o pensamento da igreja como um todo. O movimento liberal existe em algumas províncias, mas o GAFCON(ABAIXO EXPLICADO) Representa mais de 80% da membresia da Comunhão Anglicana, existindo outras províncias que não são ainda parte desse movimento, mas que seguem a ortodoxia bíblica. Em recente declaração o Arc. Justin Welby, mais uma vez negou sua origem evangélica ortodoxa e cedeu ao espírito do século ao invés de seguir o Espírito de Deus. Reiteramos a nossa posição contra homofobia enquanto reafirmamos a sã doutrina apostólica cristã. Welby representa uma parcela da igreja NA Inglaterra e uma outra mínima da Comunhão Anglicana. A ideologia de gênero é uma falácia, anti cientifica, e anti cristã. Veio para desconstruir a família e a sociedade. Como Igreja Anglicana no Brasil – Diocese de Recife, afirmamos que a posição do Arcebispo Welby não nos representa.
Abaixo um esclarecimento sobre o GAFCON editado de uma postagem de nosso clérigo o Rev EricRodrigues. Pastor da Igreja Anglicana Ancora em Vitória do Espírito Santo
Há cerca de 85 milhões de cristãos na Comunhão Anglicana mundial espalhados por 38 igrejas regionais, conhecidas como Províncias. GAFCON é um movimento global dentro da Comunhão que representa a maioria de todos os anglicanos.
Cada província anglicana é liderada por um Primaz (arcebispo), oito dos quais são partidários ativos do GAFCON. Essas províncias são, portanto, consideradas como províncias do GAFCON. Existe uma nona Província GAFCON, a Igreja Anglicana na América do Norte, que está emergindo dentro da Comunhão Anglicana como igreja ortodoxa nos Estados Unidos, Canadá e México. Isso ocorre porque as províncias históricas nesse continente, a Igreja Episcopal (TEC) e a Igreja Anglicana do Canadá (ACoC) abandonaram a ortodoxia anglicana baseada na Bíblia.
Existe ainda a Igreja Anglicana no Brasil- Diocese de Recife, que é uma Província em formação e é membro pleno do GAFCON. Ela existe pela razão da província histórica do Brasil, IEAB, também ter abandonado a ortodoxia e a doutrina histórica cristã, além de descumprir as resoluções da Comunhão Anglicana quanto a sexualidade humana decisão da maioria esmagadora de todos os bispos anglicanos no mundo Na Conferencia de Lambeth de 1998. Res. 1.10 Esta Conferência: a. Recomenda à Igreja o relatório de subseção sobre a sexualidade humana; b. Tendo em vista o ensino da Escritura, mantém a fidelidade no casamento entre um homem e uma mulher em união ao longo da vida, e acredita que a abstinência é ideal para aqueles que não são chamados para o casamento; c. Reconhece que há entre nós pessoas que têm uma orientação homossexual. Muitos deles são membros da Igreja e estão buscando o cuidado pastoral, o sentido moral da Igreja, o poder transformador de Deus para as suas vidas e a ordenação dos relacionamentos. Comprometemo-nos a ouvir a experiência de pessoas homossexuais e queremos assegurar-lhes que são amadas por Deus e que todos os batizados, acreditando e as pessoas fiéis, independentemente da orientação sexual, são membros plenos do Corpo de Cristo; d. Enquanto rejeitamos a prática homossexual como incompatível com a Escritura, conclamamos a todo o nosso povo a ministrar pastoral e sensívelmente a todos, independentemente de sua orientação sexual, e condenamos o medo irracional de homossexuais, a violência dentro do casamento, e qualquer banalização e comercialização do sexo;
O movimento GAFCON é uma família global de anglicanos autênticos que estão juntos para reter e restaurar a Bíblia ao coração da Comunhão Anglicana. Nossa missão é proteger o evangelho imutável e transformador de Jesus Cristo e proclamá-lo ao mundo. Estamos fundados na Bíblia, unidos pela Declaração e Declaração de Jerusalém de 2008 e liderados por um Conselho de Primazes , que representa a maioria dos anglicanos do mundo. GAFCON trabalha para proteger e proclamar o Evangelho imutável e transformador através de pregações e ensinamentos bíblicos que libertam nossas igrejas para fazer discípulos por um testemunho claro e certo de Jesus Cristo em todo o mundo.
A jornada da GAFCON começou em 2008, quando o compromisso moral, o erro doutrinal eo colapso do testemunho bíblico em partes da comunhão anglicana chegaram a um nível tal que os líderes da maioria dos anglicanos do mundo sentiram que era necessário tomar uma posição unida pela verdade . Uma multidão de mais de mil testemunhas, incluindo primatas, arcebispos, bispos, clérigos e líderes leigos reunidos em Jerusalém para a Conferência Anglicana do Futuro Global (GAFCON).
A segunda conferência, GAFCON 2013, foi realizada em Nairobi, no Quênia em 2013, na qual mais de 1.300 delegados de 38 nações e 27 províncias da comunhão anglicana estavam presentes. A reunião deu aos Primatas um mandato, através do Comunicado e Compromisso de Nairobi, para levar adiante o trabalho do movimento GAFCON.
Em junho de 2018 a terceira Conferencia GAFCON acontecera em Jerusalém e receberá cerca de 3.000 líderes anglicanos de todo mundo, entre bispos, pastores(as) e leigos.
Buscamos a oração e o apoio de anglicanos em todo o mundo que desejam um testemunho claro e certo de Jesus Cristo como Senhor.
Antes de qualquer coisa, por favor, leia esses dois artigos
1/07/2013 12h54 – Atualizado em 31/07/2013 18h20
Portaria define regras para mudança de sexo pelo SUS
Idade mínima para fazer cirurgia foi reduzida de 21 para 18 anos. Terapia hormonal poderá ser feita a partir dos 16 anos, mediante análise.
O Ministério da Saúde publicou, nesta quarta-feira (31), uma portaria com novas regras para a realização de cirurgia de troca de sexo e outros tratamentos destinados a travestis e transexuais pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A idade mínima para a realização da cirurgia de mudança de sexo foi reduzida de 21 para 18 anos, com a nova portaria. Para fazê-la com essa idade, é exigida indicação específica e acompanhamento prévio de dois anos pela equipe de especialistas que acompanha o paciente, composta de profissionais como psicólogos, médicos e outros. Com a mudança, a idade mínima para fazer a terapia hormonal para a mudança de sexo, necessária antes da operação, foi fixada em 16 anos. Para iniciar o tratamento com essa idade, no entanto, a portaria prevê a necessidade de consentimento dos pais ou do responsável legal e consenso da equipe multiprofissional que acompanha o paciente. As determinações fazem parte da Portaria Nº 859 do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União.
Decisão de juiz que autoriza ‘cura gay’ causa mobilização e choque no Brasil Para a ciência, terapias que prometem mudar a orientação sexual dos pacientes têm nome: charlatanismo. Não há como tratar homossexualidade.
Para a ciência, terapias que prometem mudar a orientação sexual dos pacientes, chamadas de “cura gay”, têm um nome: charlatanismo. Não há como se tratar a homossexualidade simplesmente porque ela não é uma doença nem um transtorno. Mas uma liminar de um juiz do Distrito Federal provocou espanto e foi muito criticada nesta semana. A decisão autoriza os psicólogos a oferecerem tratamentos de “reversão sexual”. Há quase 30 anos a Organização Mundial de Saúde reconheceu que homossexualidade não é doença. No Brasil, desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia diz que psicólogos não podem tratar a cura da homossexualidade. Porém uma liminar do juiz federal Waldemar Claudio de Carvalho determinou que o Conselho Federal não pode impedir psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional sobre a reorientação sexual. A decisão causou choque e mobilização também nas redes sociais. Veja na reportagem do Fantástico.
Após a cuidadosa leitura desses dois artigos, note bem o detalhe, eles têm a mesma fonte jornalística, vem da mesma mesa diretora e provavelmente tem a mesma autorização para serem publicados. Muito bem agora vamos refletir um pouco.
Por que, um adolescente de 16 anos pode ter orientação psicológica e pode receber acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, pago pelo estado, quando deseja reverter sua sexualidade e ser “Curado” de sua heterosexualidade. “Para iniciar o tratamento com essa idade, no entanto, a portaria prevê a necessidade de consentimento dos pais ou do responsável legal e consenso da equipe multiprofissional que acompanha o Paciente”. A matéria a nitidamente a favor da abordagem ao hétero insatisfeito, chama essa pessoa que “optou” por uma reversão sexual de “Paciente”, adjetivo esse, negado aos psicólogos que desejam ter o direito de acompanhar terapeuticamente homossexuais que, insatisfeitos com seu estado, pede sua ajuda profissional que pela lei deverá ser dada em total sigilo de acordo com o desejo do “Paciente”.
A parcialidade está evidente. Assisti uma matéria em um telejornal onde um psicólogo foi perguntado : “Como deve agir um profissional (psicólogo) que recebe uma pessoa em conflito com sua identidade de gênero?” Ao que o mesmo respondeu: “ ele deve tentar convencer essa pessoa a aceitar esse estado mostrando que isso é normal. “
Ao passo que um adolescente procura um profissional de saúde e compartilha que está insatisfeito com a sua identidade de gênero. Ele é imediatamente encaminhado a um médico, que vai ajuda-lo a tomar a decisão de fazer uma reversão sexual, em um processo de mutilação onde a genitália é modificada cirúrgica e definitivamente. Isso aos 18 anos e tomando hormônio desde os 16. Resumindo alguém pode solicitar do Estado que o cure de sua heterosexualidade, mas se alguém estiver incomodado com uma tendência homossexual e procurar um psicólogo, este profissional, mesmo em sigilo absoluto, se aceitar acompanhar essa pessoa e ajuda-lo na sua não aceitação homossexual pode ser processado e até vir a perder sua licença profissional.
Agora de uma olhada na integra da liminar e procure uma vez apenas a palavra cura ou a informação que leve honestamente você a esse entendimento. A liberdade de ajudar pessoas em busca de re-orientação sexual é proibido, mas acompanhar um jovem de 16 anos e leva-lo a mutilação para se reorientar sexualmente, mais uma vez é aceito e as despesas são pagas pelo Estado.
As questões dos dilemas da sexualidade são tão antigas quanto o ser humano e até aqui, a ciência não tem uma resposta clara para isso. O documentário “ O paradoxo da igualdade” desenvolvido na Noruega, uma das nações mais abertas e liberais do globo, dirigido por um comediante liberal, aborda o tema da “transexualidade” mostrando a posição da ciência afirmando que não há base cientifica para afirmar isso e ao mesmo tempo mostrando os sociólogos liberais dizendo claramente que o que a ciência diz não importa. No todo, é uma imensa contradição e tenta-se tratar o assunto de maneira superficial e apenas na perspectiva do politicamente correto. Sou um Bispo Anglicano, evangélico, e teologicamente de tendência conservadora. De acordo com minha crença, tudo isso é fruto do que a Bíblia chama de pecado. E aqui é necessário desmistificar o conceito de pecado e tentar entender numa perspectiva bíblica, livre de preconceitos.
Significado de Pecado dicionário da língua portuguesa
[Religião] Desrespeito a algum preceito religioso; transgressão da lei de Deus ou dos mandamentos da Igreja.[Por Extensão] Violação de alguma norma e/ou dever; erro: aquilo foi um pecado musical. Atitude que demonstra maldade; perversidade: é um pecado deixá-lo sozinho. Aquilo que deve ser sentido; lastimado: é um pecado deixar comida no prato! Condição de quem cometeu um pecado (religioso): o modo de vida daquele homem está rodeado pelo pecado.
Conceito no Novo Testamento
hamartano: não acertar o alvo, atingir alvo errado;
hamartia: transgressão, pecado. Normalmente visto como atos específicos;
Pecado, como a palavra no idioma original diz, é errar o alvo e, biblicamente, é errar o alvo de realizar a vontade de Deus. Se Deus criou homem e mulher, disse que crescessem fossem fecundos e se multiplicassem, esse é o alvo de Deus e errar esse alvo é o que se constitui em um pecado. Se em toda revelação escriturística que minha crença credita como sendo a Palavra de Deus, não há nada que vá além do relacionamento entre um homem e uma mulher, e que casamento é quando duas dessas pessoas se unem dentro da benção de Deus.
Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Gn 1:27-28a
Do: Arcebispo Nicholas Okoh, Metropolita e Primado de Toda a Nigéria e Presidente, do Conselho de Primazes do GAFCON
Meu querido povo de Deus,
Você, que traz boas novas a Sião, suba num alto monte. Você, que traz boas novas a Jerusalém, erga a sua voz com fortes gritos, erga-a, não tenha medo; diga às cidades de Judá: “Aqui está o seu Deus! ” Is 40:9
Na semana passada eu estava em Chicago onde com alegria e privilégio pude fazer parte da Assembleia Geral da Igreja Anglicana da América do Norte. Este grande encontro de mais de 1.400 bispos, clérigos e leigos foi um evento verdadeiramente histórico. Por iniciativa do GAFCON, em menos de dez anos, surgiu uma nova Província Anglicana forte, unida e espiritualmente vigorosa. Agora, por sua vez, tornou-se a plataforma de lançamento para um novo trabalho com a sagração do bispo Andy Lines como bispo missionário para a Europa.
Juntaram-se muitas pessoas de todo o mundo, incluindo onze primazes anglicanos. Então, no meu sermão na sagração de Andy Lines, eu consegui dizer: “Lembre-se que você não está sozinho. Você não se enviou. Todas essas pessoas aqui vieram dizer: “Amém” para a missão que lhe foi confiada. “Tivemos uma sensação maravilhosa do que a Comunhão Anglicana pode se tornar, uma parceria verdadeiramente global no evangelho que é capaz de” levantar Sua voz “sem confusão e sem fazer concessões.
Chicago foi, portanto, um anteprojeto do que podemos esperar em Jerusalém quando reuniremos em junho de 2018 no décimo aniversário da fundação desse grande movimento e a publicação da declaração de Jerusalém. Nosso tema é “Proclamar Cristo Fielmente às Nações” e os convites estarão sendo enviados este mês. Esperamos com grande ânsia para outro encontro maravilhoso enquanto nos reunimos na verdadeira comunhão sob a Palavra de Deus e no poder do Espírito de Deus.
Como uma família global, não queremos que ninguém seja excluído por falta de recursos. Buscaremos financiar algumas bolsas para aqueles que estão em necessidade real e exorto aqueles que são abençoados materialmente, seja como províncias, dioceses, paróquias ou indivíduos, para serem generosos para que nossa comunhão não seja prejudicada.
GAFCON começou em 2008 como o meu antecessor, o arcebispo Peter Akinola, descrito como uma “missão de resgate” para a Comunhão Anglicana. Esse resgate não se limitou à América do Norte. Ainda há muito a fazer porque a história está se repetindo em outras partes do mundo, como demonstrou a recente capitulação da Igreja Episcopal Escocesa para as ideias seculares sobre o casamento.
O ensinamento falso é inquieto e implacável, e a própria Igreja da Inglaterra está em grave perigo espiritual. É muito a lamentar que tenha havido muito mais preocupação com a alegada “fronteira” do que sobre o desprezo da Palavra de Deus que fez necessário um bispo missionário. De fato, o Bispo de Edimburgo, que apoiou fortemente a adoção da Igreja Episcopal Escocesa do “casamento” do mesmo sexo, foi convidado como convidado de honra para a reunião geral do Sínodo Geral da Igreja de Inglaterra em julho.
Embora a posição jurídica da Igreja da Inglaterra sobre o casamento não tenha mudado, sua compreensão da moral sexual tem. As relações do mesmo sexo, que foram descritas pela Resolução Lambeth I.10 de 1998 como “incompatíveis com a Escritura”, agora recebem aprovação ao mais alto nível. Por exemplo, Vicky Beeching, cantora, compositora e ativista que defende o casamento homossexual foi homenageada com o prêmio ArcebispoThomas Cranmer, em uma cerimônia no palácio de Lambeth.
A necessidade do GAFCON salvaguardar a integridade e a clareza da missão anglicana global é tão urgente quanto já foi. Nosso chamado não deve ser conformado, mas ser transformado. Um mundo de observação precisa saber que os anglicanos são definidos, antes de tudo, pela fidelidade à Palavra de Deus. Pela graça de Deus, demonstraremos que a determinação como nos reunimos em Jerusalém para ser anunciador das boas novas de Jesus, o Filho de Deus e nosso Salvador.
Revmo. Nicholas D. Okoh
Arcebispo, Metropolitano e Primaz de Toda a Nigéria e Presidente, do GAFCON
E ninguém põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho rebentará as vasilhas, e tanto o vinho quanto as vasilhas se estragarão. Pelo contrário, põe-se vinho novo em vasilhas de couro novas”. Mc 2:22
O que há de comum em todas essas imagens abaixo? Observe bem, dê um clique nela…
Creio que você deve ter observado nos mínimos detalhes, mas, se não fez, volte, olhe foto por foto e tente imaginar o que essas imagens representam. Volte lá…. Voltou? Muito bem, se você não conseguiu ter uma ideia do que se trata, deixe-me ajudar. Essas são imagens de diferentes celebrações, em diferentes igrejas anglicanas, por diversos países e regiões do globo, inclusive na Inglaterra.
Você deve ter percebido a diversidade dessas imagens, não é? Pois bem, isso se chama ethos anglicano, e significa que não há uma só maneira de ser anglicano, mas várias, com muitas outras mais para ainda serem criadas. A riqueza desse ramo histórico do cristianismo está em sua diversidade.
A ignorância histórica e contemporânea tem levado muitos à tentação de taxar pela aparência e pela forma a essência de tantas coisas. Parece clichê, mas será que a essa altura da história da humanidade, com o avanço das ciências sociais e de tantas outras ciências humanas, ainda estamos tentando taxar o ser humano e enquadrá-lo em uma única maneira de ser? Será que ainda estamos tentando colocar rótulos naquilo que não admite rótulo?
Tenho tido o privilégio de viajar por diferentes continentes já faz algum tempo. Devido à minha posição como pastor e, posteriormente, como bispo, tenho conhecido e me encantado cada vez mais com o mundo anglicano e com a sua diversidade. Desde a África e a Europa, passando pelas Américas e pelo continente asiático, essa igreja tem se expressado de tantas formas e com tanta diversidade quanto é possível ao ser humano e suas ilimitadas expressões. Mas ainda existem aqueles que querem uniformizar a maneira de ser cristão e, dentro de nosso meio, também a maneira de ser anglicano.
A Igreja Anglicana no Brasil já passou dessa fase e essa discussão agora faz parte do passado. No entanto, os resquícios dessa atitude retrógada por vezes reaparece aqui e ali; curiosamente, mesmo entre aqueles que não têm origem em nossa igreja, e que assim, por serem oriundos de outros ramos do protestantismo, acabam seguindo em uma direção polarizada. Isso pode ser uma reação até natural, mas é algo que, certamente, a maturidade, o senso de missão e um melhor conhecimento evitaria.
Tenho refletido e estudando este texto do capítulo 22 do evangelho de Marcos com certa frequência e há tempos cheguei à conclusão que o odre velho, como tantos dizem, não simboliza apenas as estruturas, as formas, as liturgias etc. Longe disso, o odre velho está bem presente na mente dessas pessoas que reagem ao novo rejeitando o antigo, ou que querem segurar o antigo reagindo ao novo. Esse é um conflito geracional que precisa ser vencido e que somente se pode vencer quando descemos à essência do conceito da missão, que cada um de nós temos, enquanto cristãos e enquanto igreja.
O Odre velho é a mente cauterizada e enferma, focada apenas nas formas e nas tradições? Sim. Mas, o Odre não é a tradição em si e sim a mente que transforma essa tradição em essência, quando, na verdade, ela é instrumento e história. A essência da Igreja cristã, seja ela anglicana ou de qualquer outra matiz histórica, nunca poderá ser a sua forma, mas sua missão.
O anglicanismo é versátil e se move em uma velocidade de adaptação incrível, e isso é motivo de alegria para todos nós. Os “sociólogos de plantão” estão tentando transformar o fenômeno da multicultural e intergeracional expressão da igreja em um fenômeno de alienação e superficialidade, alegando que tudo isso faz parte de uma cultura por meio da qual se tenta trazer para a igreja as expressões da sociedade.
Muito bem, isso é mais que verdade. Caso contrário, estaríamos tentando enquadrar uma geração e uma sociedade dentro de um padrão medieval que não vivemos faz tempo. Muitos cristãos, graças a Deus, entenderam que a linguagem e as expressões de cada tempo devem ser igualmente adequadas a seu tempo e esses grupos são os que estão fazendo a diferença na sociedade, levando muita gente a Cristo, vendo vidas transformadas e os bancos das igrejas voltarem a ser ocupados por gente e não por fantasmas.
O Sínodo da Igreja da Inglaterra vem discutindo o uso obrigatório de vestes litúrgicas há alguns anos e, recentemente, no Sínodo Geral de 2016, deu autorização oficial para que os clérigos, se preferirem, deixem de usar estas vestes nas celebrações regulares, restringindo-as às solenidades mais formais da igreja. Isso tem mostrado que como a flexibilização e o abandono do tradicionalismo tem sido benéfico para a igreja, que mantém sua tradição, mas tem seu foco na missão.
Os que fracassam na missão, justificam-se na fidelidade à forma. Isso é lamentável, Jesus nunca nos pediu isso. A sociedade moderna deseja ser desafiada. Steve Jobs, um dos empreendedores que mais contagiou o mundo com suas ideias e inovações, disse certa vez que “ queria produzir algo que as pessoas desejassem ter nas mãos”. Bem, ele conseguiu. Mudou a maneira de abordar, de vender, de fazer propaganda, mudou o estilo de se vestir, e o resultado foi simples: ele alcançou a sua meta.
Um dos maiores teólogos evangélicos vivos, J.A. Packer uma vez falou a respeito da Igreja de Holy Trinity Brompton, em Londres – uma igreja anglicana, evangélica, contemporânea, trabalhando na visão de uma igreja em diferentes lugares. Ele afirmou: “Esse é o tipo de igreja que o anglicanismo precisa”. E Nick Gamble Reitor de HTB disse que certa vez um pastor disse a ele: “Uma igreja vazia é como um palácio vazio de um rei esquecido”.
Graças a Deus que muitas comunidades anglicanas e não anglicanas estão fazendo a leitura correta da história e do tempo em que vivemos. Menciono aqui alguns links que valem a pena serem observados:
Cada cristão deve ter em mente que seu maior objetivo é manter a missão. Recebemos uma missão, e falhar nela é falhar no chamado que temos como igreja.
Sociólogos de plantão que me perdoem, mas vocês estão enganados e perderam o bonde da história. Eu quero pregar uma mensagem que todos desejem tê-la no coração. Este é o meu empreendimento.
Ainda longe de alcançá-lo, no entanto, sigo na direção que Deus tem me dado e me colocado neste momento da história
Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. 1 Coríntios 15:20
No alvorecer de um domingo como esse, o mundo presenciou o fato de maior importância em todo o universo, o planeta terra tornou-se naquele instante o centro de tudo o que foi criado, pois toda a criação estava sendo redimida ali, naquele exato momento quando ao terceiro dia Jesus o filho de Deus, vencia o maior de todos os inimigos.
A morte não teve poder sobre o filho de Deus, quando tudo parecia perdido, os discípulos desapontados, os inimigos comemorando a vitória, os fariseus satisfeitos porque haviam conseguido sufocar a “rebelião”, os romanos porque a “ameaça” a César havia sido anulada, mas como diz o poeta ‘Um rei não se despede assim e os que creram no seu nome sabiam que não era o fim…”Os céus e a glória de Deus esperavam para o grande grito da vitória, os anjos estavam prestes a anunciar a derrota final das forças das trevas e a vitória da luz, da verdade sobre as trevas e o engano.
Numa manhã como essa Jesus Cristo foi ressuscitado da morte e vencendo-a nos trouxe também a vitória sobre ela, de repente a pedra foi removida e num momento de glória Jesus adverte aquela que tinha ido untar o seu corpo, “mulher , a quem procuras? Procuras entre os mortos aquele que esta vivo ?’
Hoje tanto tempo depois numa manhã como aquela, nós estamos reunidos para exclamar em alto e bom som, para todas as pessoas, para todo o mundo, para todos os que sofrem, para todos os que vivem sem esperança, para todos os que de alguma forma estão distantes da vitória… Toda a vitória de Cristo sobre as trevas e sobre a morte deve ser assumida e vivida por nós. Sua vitória é nossa vitória , sua vida é nossa vida, sua Palavra deve ser sempre a nossa palavra.
Estejamos nos lembrando daquele que tudo venceu, para que com ele vencêssemos tudo, Retiremos os olhos das trevas, esqueçamos o túmulo, a luz de Cristo brilha entre nós, o túmulo está vazio, Isso significa que nós agora temos livre acesso ao Pai e a todas as sua bênçãos reservadas para aqueles que o amam.
Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. 1 Co 15:20
No alvorecer de um domingo como esse, o mundo presenciou o fato de maior importância em todo o universo, o planeta terra tornou-se naquele instante o centro de tudo o que foi criado, pois toda a criação estava sendo redimida ali, naquele exato momento quando ao terceiro dia Jesus o filho de Deus, vencia o maior de todos os inimigos.
A morte não teve poder sobre o filho de Deus, quando tudo parecia perdido, os discípulos desapontados, os inimigos comemorando a vitória, os fariseus satisfeitos porque haviam conseguido sufocar a “rebelião”, os romanos porque a “ameaça” a César havia sido anulada, mas como diz o poeta ‘Um rei não se despede assim e os que creram no seu nome sabiam que não era o fim…”Os céus e a glória de Deus esperavam para o grande grito da vitória, os anjos estavam prestes a anunciar a derrota final das forças das trevas e a vitória da luz, da verdade sobre as trevas e o engano.
Numa manhã como essa Jesus Cristo foi ressuscitado da morte e vencendo-a nos trouxe também a vitória sobre ela, de repente a pedra foi removida e num momento de glória Jesus adverte aquela que tinha ido untar o seu corpo, “mulher , a quem procuras? Procuras entre os mortos aquele que esta vivo ?’
Hoje tanto tempo depois numa manhã como aquela, nós estamos reunidos para exclamar em alto e bom som, para todas as pessoas, para todo o mundo, para todos os que sofrem, para todos os que vivem sem esperança, para todos os que de alguma forma estão distantes da vitória… Toda a vitória de Cristo sobre as trevas e sobre a morte deve ser assumida e vivida por nós. Sua vitória é nossa vitória , sua vida é nossa vida, sua Palavra deve ser sempre a nossa palavra.
Estejamos nos lembrando daquele que tudo venceu, para que com ele vencêssemos tudo, Retiremos os olhos das trevas, esqueçamos o túmulo, a luz de Cristo brilha entre nós, o túmulo está vazio, Isso significa que nós agora temos livre acesso ao Pai e a todas as sua bênçãos reservadas para aqueles que o amam.
Alegre-se muito, cidade de Sião! Exulte, Jerusalém! Eis que o seu rei vem a você, justo e vitorioso, humilde e montado num jumento, um jumentinho, cria de jumenta. Zc 9:9
Uma Palavra estava cumprida
A multidão que ia adiante dele e os que o seguiam gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! ” “Bendito é o que vem em nome do Senhor! ” “Hosana nas alturas! “Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou agitada e perguntava: “Quem é este? “A multidão respondia: “Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia”. Mt 21:9-11
Uma esperança está de pé
Porque está escrito: ” ‘Por mim mesmo jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará que sou Deus’ “Rm 14:11
Hoje começamos a semana chamada santa, tempo de expectativa para a celebração daquilo que é a mais importante das festas cristãs, a celebração da ressurreição de Jesus Cristo e a decretação da vitória final da vida eterna sobre a morte.
Em meio a um mundo onde tanta atrocidade se vive, onde a insanidade está levando o ser humano a atos de terror, seja por grupos institucionalizados ou por grupos marginalizados, o terror é a marca da maldade e um dos mais atuais símbolos da malignidade. Massacres, mortes e desespero estão por toda parte.
Nossa nação vive seus momentos de profunda agonia, vácuos de lideranças éticas, abundancia de corrupção nos conduzem a desesperança. Mas não há de ser assim, Deus ainda é Senhor da história e há de nos trazer paz. Quando Jesus entrou em Jerusalém naquele 1o dia da semana e foi recebido com os ramos da exaltação, era o momento em que Deus estava dizendo “eu não esqueci de vocês”. Há uma promessa de paz e de esperança nessa data de hoje e conclamo todos (as) a viverem isso com toda propriedade.
Somos a Igreja de Jesus Cristo, a maior agencia transformadora do universo, nossa esperança nos conduz a antever a glória de Deus em todas as coisas. Somos um povo bravo, guerreiro. A adversidade nos persegue desde sempre, somos uma contracultura que aprendeu a viver em meio a adversidade…
Somos o povo que hoje exclama: “Hosana nas alturas e bem vindo o que vem em nome do Senhor!”
Celebre esse dia, é o dia de nossa esperança!! Vem Senhor Jesus!
O clima que vive o Brasil nesses dias é de imensa preocupação. Corremos o risco de perdermos as conquistas democráticas conquistadas com muito sacrifício. Assisto a um quadro dantesco, beirando a insanidade.
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